O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que se não houver corte no Orçamento para 2011, como recomendou o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), a presidenta eleita, Dilma Rousseff, terá de contingenciar. "Toda vez que o Orçamento vai para o Congresso Nacional, normalmente os deputados querem mais verbas do que o governo previu. Muitas vezes, nós atendemos. Mas como na realidade a prática é diferente da teoria, quando chegar a um determinado mês do ano, a presidente Dilma vai ter de fazer corte do orçamento. Vai ter que contingenciar. Se não for real o aprovado com o arrecadado, vai ter que contingenciar" disse Lula. O presidente visitou hoje o canteiro de obras da transposição do Rio São Francisco, na Serra do Braga, em São José de Piranhas (PB), próximo à divisa entre Ceará e Paraíba.
Apesar do ministro do Planejamento ter recomendado corte de R$ 8 bilhões na proposta do Orçamento de 2011, o relator na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), conseguiu aprovar ontem à noite aumento de R$ 4,713 bilhões na previsão de receitas, na Comissão Mista do Orçamento.
Essa é a segunda atualização feita pelo deputado. Na primeira, divulgada em novembro, ele havia ampliado as receitas em R$ 17,7 bilhões. Com isso, o Congresso terá R$ 22,4 bilhões a mais para determinar gastos do que previa a equipe econômica, inflando as pressões por novas despesas e jogando para o governo a responsabilidade de fazer cortes.
Ministério
Com relação à composição do ministério do novo governo, Lula disse que terá a cara da Dilma e que a presidente eleita terá facilidade em governar o País porque o projeto tocado por ele até agora tem Dilma como principal executora. "Não é projeto meu. É projeto dela. Dilma terá muita facilidade. Outro dia, vi um jornalista dizer: 'Ah, mas a Dilma está colocando muita gente do governo do Lula. Não era do governo do Lula. Era do governo dela'. Eu digo sempre o seguinte: a Dilma se reuniu mais com o Guido Mantega do que eu; ela se reuniu mais com o Paulo Bernardo do que eu; se reuniu mais com a Miriam Belchior do que eu. Porque, na Casa Civil, os projetos se reuniam três ou quatro vezes antes de chegar a minha mão. Ela escolheu a turma dela".
Perguntado se seria mais fácil mandar em mulher, o presidente Lula brincou: "Você sabe pela sua. Esse negócio de que mandar em mulher é fácil, cada um tem a sua experiência dentro de casa. A gente canta de galo na rua. Mas em casa quem manda é a mulher. E se vacilar, manda na rua também."
Em seguida emendou: "Eu fico muito orgulhoso que depois de eleger um metalúrgico o povo brasileiro teve a coragem de eleger uma mulher. É o máximo! Se o Obama conhecesse o povo brasileiro, ele diria que o Lula não é o cara coisa nenhuma. Quem é o cara são os 190 milhões de homens e mulheres que vivem nesse País."
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