Os organizadores esperavam pelo menos três mil pessoas na manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff em Cascavel, no Oeste, mas, segundo a Polícia Militar (PM), apenas 500 pessoas participaram dos protestos em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida. Os manifestantes não fizeram passeata, apenas se concentraram no calçadão da Avenida Brasil ao som de músicas de protestos e discursos inflamados de pessoas indignadas com a atual situação política e econômica do Brasil.
A maioria das pessoas usava as cores verde e amarela. Um grupo formado por quatro cadeirantes chegou meia hora antes do início do ato público, todos vestiam as cores do Brasil. “O Brasil está triste, somos brasileiros e estamos envergonhados”, disse Gelson Valin, um dos cadeirantes. Ele fez questão de usar o microfone e discursar mostrando sua indignação com o Brasil.
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Leia a matéria completaFuncionário público federal, Rafael Eneias Chiamulera, também diz que o momento conturbado que o Brasil atravessa é de tristeza. Para ele, o governo federal está agindo com má fé e contra o povo brasileiro. “A gente não aguenta mais”, afirma. A dona de casa Seni Flores foi para a rua bater panela e diz que tem o direito garantido de pedir a saída da presidente Dilma. “Eu tenho direito de tira-la porque eu votei nela”, afirma.
Para Carlos Samuel Motta, funcionário da Ferroeste, a manifestação é legítima e o povo está enviando um recado tanto para o governo quanto para aqueles que estão de olho no poder. “Tem oportunistas querendo derrubar o governo para entrar lá, ninguém quer mudar o Brasil, a gente só quer limpar”, enfatiza.
O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Guido Bresolin Junior, também participou das manifestações. Segundo ele, o momento é de indignação coletiva devido ao descaso e desrespeito do governo com o dinheiro público. Ele disse que a entidade classista fez questão de convocar seus filiados a participar das manifestações. “Precisamos mudar a cara do país, mais seriedade, mais justiça, mais humildade. Um país onde todos vivam bem e tenham uma boa qualidade de vida”, afirma.
Poesia
A manifestação em Cascavel teve ainda indignação apresentada em versos pelo poeta tradicionalista Nabuco Portes, artista conhecido em toda a região Sul do Brasil. Durante quase três minutos ele recitou um poema questionando e condenando a corrupção, mas também fez críticas à violência no campo.
“Eis o Brasil a proteger quem erra/E a violência no campo deflagrada/Toma a escopeta o lugar da enxada/Bandidos travestidos de sem-terra/Mãe inocente alimentando a guerra/E a isso chamam de democracia/A invasão, a morte, a covardia/A luz da impunidade vê-se a face/De um sindicato que já foi de classe/Virar-se em banca de advocacia”, declamou em um dos trechos do poema.
A manifestação em Cascavel teve início por volta das 15 horas e se encerrou duas horas depois.
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