Seguindo a linha de não opor os governos tucano e petista durante a pré-campanha eleitoral, a presidenciável do PV, senadora Marina Silva (AC), disse hoje a empresários que as privatizações realizadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) foram corretas, embora tenha faltado transparência ao processo. Prova disso, argumentou, é que o governo Luiz Inácio Lula da Silva não as reverteu.
"As privatizações foram acertadas, tanto que não vi o presidente Lula se dispondo a revogar nenhuma delas. Mas faltou transparência, o que provocou prejuízos que a sociedade teve que pagar. Erros foram cometidos, mas o princípio estava correto", disse. Ela lembrou a privatização da telefonia. "É só olhar para a história do telefone fixo. Existia fila para ter um e hoje esse problema foi debelado."
A pré-candidata defendeu, para uma plateia de cerca de 250 empresários associados ao Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o que chamou de modelo de coexistência. "Advogo um modelo misto, em que em alguns casos façamos parcerias público-privadas, em outros, concessão". Ela não quis especificar, contudo, que setores seriam esses. "Não é o momento de falar caso a caso."
Em seu primeiro evento após o lançamento oficial da pré-candidatura à Presidência, Marina explicou o que chamou de Estado "eficiente", em oposição às noções de Estado máximo e mínimo, e reafirmou a ideia de lançar uma Assembleia Constituinte para realizar reformas como a tributária.
Em seu discurso, a pré-candidata também valorizou plataformas sensíveis à classe empresarial, como a defesa da economia de mercado, da eficiência do gasto público e da responsabilidade fiscal. Mas não deixou de lado o discurso ambiental ao ser questionada sobre o "custo Brasil". "Tratar o meio ambiente como se fosse um custo pode gerar gastos ainda maiores", afirmou.
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