O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), disse nesta tarde que não vê mais razão para que se faça audiência pública com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, antes do início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a empresa. Ele lembrou que essa audiência fazia parte de um acordo fechado entre os partidos e que antecederia a instalação da CPI. "Mas, infelizmente, o PSDB quebrou esse acordo", disse, referindo-se à leitura do requerimento que criou a CPI na sexta-feira passada.
Mercadante deu sinais de uma nova postura do governo em relação à CPI, a de tentar ampliar o debate para tratar de temas como a exploração do pré-sal e o marco regulatório do setor. "Queremos fazer da CPI um instrumento de debate para falar do marco regulatório e discutir a quem interessa ter uma Petrobras enfraquecida", disse, durante entrevista coletiva após deixar a tribuna do Senado. "O governo não teme a CPI. A CPI é tipicamente um instrumento de oposição, tanto é que estamos tentando criar uma CPI para investigar o governo do Rio Grande do Sul e o PSDB, lá, não deixa", acrescentou.
Ele evitou fazer comentários sobre a indicação do presidente e do relator da CPI, afirmando que ainda não conversou com nenhum outro líder sobre o assunto. "Defenderei que a CPI tenha os melhores nomes do Congresso", disse. Questionado sobre a proposta apresentada na Câmara de se fazer uma CPI mista, Mercadante disse que não vê uma movimentação nesse sentido. "Inclusive, eu ouvi que a liderança do PT na Câmara já descartou essa hipótese.
Poupança
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse confiar "no bom senso dos parlamentares" no sentido de que a CPI da Petrobras não prejudique a aprovação de medidas econômicas propostas pelo governo ao Congresso Nacional, como as relacionadas à caderneta de poupança. "Sinto que existe sentido patriótico, de forma que nos unamos para fortalecer o Brasil e não atrapalhar", disse. "Mesmo com CPI, acredito que o bom senso vai prevalecer", disse Mantega.
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