A movimentação de senadores do PMDB para lançar candidato próprio a presidente do Senado provocou uma rebelião na Câmara. Pressionado por líderes e dirigentes petistas, que não aceitam que o PT fique fora do comando do Congresso, o presidente nacional do PMDB e candidato do partido à presidência da Câmara, deputado Michel Temer (SP), quer que a bancada do Senado se explique.
"O PT não aceitará o jogo fácil na Câmara e o jogo difícil no Senado", avisou o presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Eu boto os 80 votos do PT para você no plenário da Câmara, mas é preciso que haja contrapartida no Senado", cobrou o líder do PT, deputado Maurício Rands (PE), em conversa com Temer na quinta-feira.
Ameaçado de perder o apoio de petistas, o candidato peemedebista propôs uma reunião com os senadores de seu partido o quanto antes, com o claro objetivo de "tirar uma satisfação" do Senado. Toda a cúpula do PMDB na Câmara trabalha para que os senadores se manifestem oficialmente neste início de semana, reafirmando a prioridade para a eleição de Temer. Mas os deputados já foram avisados de que o senador José Sarney (PMDB-AP) não estará em Brasília hoje, como gostariam. Mais do que isso, os peemedebistas do Senado já fizeram chegar um recado objetivo à bancada de deputados: "Uma declaração oficial, de que o PMDB do Senado não vai disputar a presidência da Casa, Temer não terá.
O PT tem compromisso firmado, por escrito, de eleger o presidente do PMDB sucessor do petista Arlindo Chinaglia(SP), no comando da Câmara. A sucessão no Senado não entrou nessa negociação, até porque a cúpula da Câmara não tinha e não tem controle algum sobre a bancada de senadores. "O recado do presidente Lula ao PMDB foi dado", diz a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), referindo-se à manifestação do presidente no jantar oferecido ao PMDB duas semanas atrás.
"O presidente não os chamou ao Palácio da Alvorada para o PMDB entender o que lhe é conveniente", adverte Ideli, referindo-se ao jantar de Lula com a cúpula peemedebista há três semanas. Na ocasião, o presidente falou da inconveniência de o PMDB presidir as duas Casas do Congresso, quando a base governista reúne 14 partidos, e citou a candidatura do petista Tião Viana (AC), a quem nenhum peemedebista fez restrições.
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