Uma das primeiras iniciativas do presidente interino Michel Temer ao tomar posse foi garantir que o Planalto não iria barrar a Operação Lava Jato. Ele buscava dissipar uma desconfiança que tinha razão de ser: sete dos novos ministros de alguma forma estavam envolvidos na investigação e o próprio Temer já havia sido citado em depoimentos.
A situação piorou com as gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado: os ministros do Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência) foram flagrados articulando meios de interferir nas investigações. Ambos foram demitidos. Mas Temer teve de reafirmar várias vezes seu compromisso com a operação.
O fato, porém, é que a Lava Jato não parou. A força-tarefa de Curitiba deflagrou duas novas fases desde que Temer assumiu a Presidência – nenhuma delas envolvendo diretamente o PMDB, o partido de Temer.
A principal novidade veio da investigação em Brasília, dos políticos com foro privilegiado, que costumava andar a passos mais lentos do que a do Paraná.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de grandes “caciques” do PMDB nacional: o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL); o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ); o senador e ex-ministro Romero Jucá (RR); e o ex-presidente José Sarney (AP). Renan, Jucá e Sarney são acusados de tentar obstruir a Lava Jato. E Cunha de interferir em seu processo de cassação na Câmara.
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