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Lava Jato

Oposição quer ouvir Dilma e Lula na CPMI da Petrobras

A CPMI não tem poder de convocar a presidente da República. Mediante a aprovação de um requerimento, pode apenas convidá-la a comparecer

A oposição defendeu nesta sexta-feira (24) que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura denúncias de irregularidades na Petrobras, ouça o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff sobre o teor da reportagem da revista Veja publicada nessa sexta-feira (24). Segundo a reportagem, o doleiro Alberto Youssef revelou que os dois petistas sabiam do esquema de corrupção montado na estatal. A CPMI não tem poder de convocar a presidente da República. Mediante a aprovação de um requerimento, pode apenas convidá-la a comparecer.

"O mar de lama é do governo dela (Dilma). Se ela sabia e participou do processo, isso é passível de cassação do mandato e de cadeia", afirmou o líder da minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). "A gente sabia que a delação premiada iria trazer transtornos violentos para o País. Em função da delação, temos que ouvir o Lula e a Dilma", acrescentou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), integrante do colegiado.

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), também argumentou que ambos precisam prestar explicações. "Eu acho que é o desdobramento natural (oitivas na CPMI). As denúncias não podem ficar por isso mesmo. Aprofundá-las é algo natural e necessário" disse.

De acordo com o publicado pela revista, Youssef, alvo maior da Operação Lava Jato, disse em depoimento à Justiça que Lula e Dilma tinham conhecimento da corrupção envolvendo a petroleira. O depoimento do doleiro teria ocorrido nesta terça-feira (21) em Curitiba. A Operação Lava Jato apura um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões.

Para Domingos Sávio, Dilma não pode alegar que não tem responsabilidade sobre as irregularidades na Petrobras. "Dilma sabia do roubo e, com isso, participou de tudo", disse o tucano. Para ele, "é fundamental" que a denúncia tenha vindo à público antes do segundo turno. O deputado espera que as pessoas tomem consciência que "a coisa é muito grave". "Com os depoimentos de ambos (Youssef e Paulo Roberto Costa), fica claro que se instalou uma quadrilha no poder. Não tenho dúvidas que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula tinham conhecimento (do esquema) como orientaram", concluiu.

Dilma afirma que revista Veja faz 'terrorismo eleitoral'

A presidente Dilma Rousseff usou seu horário eleitoral nesta tarde para rebater as denúncias veiculadas nesta sexta-feira pela revista Veja e disse que a Justiça vai condenar a publicação pelo que chamou de "crime".

"Não posso me calar frente a este ato de terrorismo eleitoral articulado pela Revista Veja e seus parceiros ocultos", disse a presidente, que classificou o teor da reportagem publicada pela semanal de "barbaridade" e de "infâmia". A presidente também criticou o fato de a revista ter antecipado sua edição para esta sexta-feira - a revista normalmente é distribuída aos sábados - e alegou que a publicação excedeu "todos os limites da decência e da falta de ética". "Isso é um crime. É mais do que clara a intenção malévola da Veja de interferir de forma desonesta e desleal nos resultados das eleições".

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