O Ministério Público do Panamá abriu investigações contra a Odebrecht, suspeita de ter usado empresas no paraíso fiscal para a realização de pagamentos de subornos. A empresa brasileira tem contratos avaliados em mais de US$ 8,5 bilhões no país centro-americano.
O caso está com a procuradora-geral do país, Kenia Porcell. Contatado pela reportagem, seu escritório preferiu não dar detalhes do processo. Mas confirmou que a investigação foi iniciada. Nesta semana, Porcell também recebeu do MP brasileiro um pedido de cooperação e prometeu examinar a solicitação.
Contratos para as obras do metrô da capital panamenha, realizado pela Odebrecht, serão auditados. A empresa brasileira também participa de uma licitação para obras públicas no valor de US$ 500 milhões, cujo resultado está previsto para ser anunciado nesta quinta-feira, 25.
No fim de semana, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou como o Ministério Público brasileiro tem focado sua busca por informações em uma rede de paraísos fiscais usados pela empresa.
Em sua delação premiada, o ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, afirmou à Polícia Federal que a construtora depositou parte de propinas em contas no Panamá. Entre maio e setembro de 2009, ele indicou que a Odebrecht transferiu US$ 916.697,00 para uma conta da empresa offshore Constructora Internacional del Sur. Dali, o dinheiro depois seguiu para Barusco.
Dos US$ 8,5 milhões em contratos da Odebrecht no Panamá, US$ 4 bilhões se referem a obras ainda em andamento.
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