O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou nesta segunda-feira (27) que a sucessão presidencial de 2010 já começou e uma das estratégias do partido agora será procurar o PMDB, que se fortaleceu nas eleições municipais. Ao citar os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, como vitoriosos, o senador tucano afirmou que, por outro lado, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, saiu enfraquecida. "Ela tem que dizer a que veio", disse, ao reconhecer que a ministra terá dois anos para viabilizar sua candidatura, se referindo à desvantagem em relação aos dois governadores tucanos que terão influência das prefeituras de São Paulo e Belo Horizonte, estrategicamente importantes do ponto de vista político-eleitoral.
Sérgio Guerra reconheceu que a ministra Dilma é uma candidata "boa para o PT" e tem liderança no ambiente do governo. "Mas é autoritária e passa autoritarismo e arrogância", afirmou. Ele ressaltou também que a crise financeira poderá atropelar algumas ações com impacto eleitoral do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), comandado por Dilma. "Nós não queremos fazer campanha política com a crise financeira, mas contribuir para que ela seja enfrentada. Mas não vamos aceitar que o presidente Lula faça campanha política com a crise."
Ao admitir que as eleições municipais têm o "objetivo mais amplo de construir a vitória do PSDB em 2010", Sérgio Guerra disse que o PMDB será decisivo nos próximos dois anos e que nenhum candidato vai querer ficar longe do partido. "Temos muitos amigos no PMDB e vamos procurar esses setores", disse o tucano. "Vamos cultivar o PMDB. O próximo lance para abrir as conversas será a sucessão dos postos de comando da Câmara e do Senado e o PSDB poderá apoiar os candidatos do PMDB tanto na Câmara quanto no Senado."
DEM
Em relação ao DEM, Sérgio Guerra avaliou que a vitória do prefeito Gilberto Kassab em São Paulo consolida o entendimento com os aliados do partido Democratas. O grande derrotado, pelo seu raciocínio, foi o PT que reelegeu prefeitos, mas em capitais menos importantes. "O que consolidou a derrota do PT foi a humilhação eleitoral em São Paulo", avaliou, acrescentando que o PT "teria perdido força eleitoral na classe média". "O PT não governa mais Belo Horizonte que era seu reduto mais importante."
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