Líderes de oposição no Congresso Nacional concluíram nesta sexta-feira (22) que a presidente Dilma Rousseff não mencionou explicitamente o “golpe” em seu discurso na ONU após pressão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), evitando assim que o País passasse por um constrangimento internacional.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que Dilma teve “bom senso”. “É claro que a pressão que foi exercida pelo STF e pelo Congresso surtiu efeito e acabou dando um pouco de bom senso para que a presidente não enveredasse para uma linha que levaria a um constrangimento enorme. A comunidade internacional não iria aceitar e seria uma grande afronta às instituições, como disseram ministros do Supremo. Felizmente, caiu a ficha da presidente”, comentou.
“O puxão de orelha do Supremo, que é guardião da Constituição, foi importante para que Dilma recuasse dessa ideia fixa de falar de golpe na ONU. Esperamos que a partir de agora a presidente seja sensata e adote uma postura responsável de acordo com o cargo que ocupa”, afirmou o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara.
A expectativa era que Dilma utilizasse a tribuna das Nações Unidas para atacar a condução do processo de impeachment e denunciar o que chama de “golpe”. No entanto, a presidente disse que a sociedade brasileira conseguiu superar o autoritarismo, construir uma democracia pujante e saberá “impedir quaisquer retrocessos”. Ela também agradeceu aos líderes que manifestaram solidariedade a ela. “Se ela falasse de golpe na ONU, submeteria o Brasil a vexame internacional”, completou Bueno.
Assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os oposicionistas afirmaram, por meio de nota, que o processo de impeachment foi conduzido de acordo com o rito estabelecido pelo STF. “O processo de impeachment está transcorrendo de acordo com o que determina a Constituição. A presidente cometeu crime de responsabilidade e deve ser afastada por isso”, avaliou Bueno.
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