O Palácio do Planalto comemorou nesta quarta-feira (7) a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado. Preocupado com o risco de uma paralisia da votação de matérias do ajuste fiscal, como a PEC que estabelece o teto de gastos pelo poder público, o presidente Michel Temer (PMDB) se mobilizou desde a tarde de terça-feira (6) para tentar uma “solução alternativa” à liminar do ministro Marco Aurélio Mello, que afastava Renan do cargo.
Depois do presidente do Senado ser chamado ao Planalto por Temer, às 15 horas de terça, se consolidou a estratégia de buscar uma alternativa para não afastá-lo do cargo, sem desrespeitar o preceito de que réu não pode estar na linha sucessória da Presidência da República. Foi então que começou uma intensa mobilização da “alta cúpula” política do país para que o STF reformasse a decisão liminar.
Líder do governo no Senado diz que decisão do STF foi razoável, mas teme sequelas
Leia a matéria completaCúpulas do Senado, do PMDB e do PSDB, ex-ministros do STF, e os ex-presidente da República José Sarney e Fernando Henrique Cardoso passaram a atuar junto a ministros da Corte, num apelo para que não se ampliasse o clima de instabilidade política no país, com o afastamento de Renan a poucos dias do início do recesso parlamentar.
Segundo um interlocutor presidencial, a solução encontrada foi uma construção de “alto nível”, na qual Temer teve “participação ativa”. “Se acham ruim com Renan, para o governo seria pior sem ele”, disse este auxiliar.
Às 18 horas de terça, Temer foi para a Base Aérea de Brasília para embarcar para um evento em São Paulo. Levou no seu voo o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves; os ministros tucanos José Serra (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades) e Alexandre de Moraes (Justiça), além de parlamentares.
Nesta viagem, se firmou um acordo para buscar uma saída que não representasse uma derrota de Marco Aurélio Mello, nem uma vitória de Renan Calheiros. Em São Paulo, as articulações continuaram e, quando o grupo retornou à Brasília, por volta da 1 hora desta quarta-feira, a solução intermediária, de manter Renan no comando do Senado e fora da linha de sucessão, estava sacramentada.
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