Congresso
Governo e oposição apostam em CPMI de Cachoeira
Agência Estado
Líderes dos partidos governistas e de oposição começam hoje a coleta de assinaturas no Senado e na Câmara para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a apurar as ligações políticas do empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cacheira. Como todos os partidos têm parlamentares citados pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, cada um acha que poderá implicar o outro na CPI e com isso colher dividendos nas eleições municipais deste ano e na presidencial de 2014.
Para o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), seria ingenuidade supor que o esquema de Cachoeira não tenha chegado ao governo federal.
O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), disse que a intenção de seu partido é estender a investigação.
O líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), também defende uma CPI.
A CPI ganhou força após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar o acesso de senadores ao inquérito que investiga o envolvimento de parlamentares com o bicheiro, sob o argumento de que os dados são sigilosos.
Mas ontem, alegando defesa do princípio constitucional de liberdade de informação, o site Lei dos Homens divulgou o que seria a íntegra do inquérito.
O PMDB vai definir somente hoje o nome do senador que vai ser indicado para a presidência do Conselho de Ética do Senado. Será o presidente do órgão quem vai decidir se abre processo de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
O senador Vital do Rego (PMDB-PB), que havia sido convidado para ocupar a presidência do colegiado, pode ter de abrir mão da indicação. Vital do Rego é corregedor do Senado e tem como suas atribuições investigar senadores. Por esse motivo, poderia ficar impedido de acumular o cargo com a presidência do conselho já que cabe ao seu presidente decidir se abre ou não processo investigativo contra um parlamentar.
"Como corregedor, muitas vezes você tem que provocar o Conselho de Ética. E no conselho você tem que ser juiz da causa. A condição de corregedor inibe o papel de juiz", afirmou o senador.
O PMDB formalizou uma consulta à advocacia do Senado para questionar a possibilidade do acúmulo de funções. Mas trabalha com a alternativa de pedir para Vital do Rego se licenciar temporariamente da corregedoria para que o senador assuma a presidência do conselho. Outra hipótese é escolher um outro senador peemedebista para presidir o colegiado. O partido não quer abrir mão da presidência do Conselho de Ética, mas encontra dificuldades para as indicações uma vez que nenhum dos integrantes da bancada manifestou a intenção de assumir a função.
"O PMDB tem outros nomes. Amanhã [hoje] nós vamos escolher o presidente do Conselho de Ética do PMDB, independente da minha escolha", disse Vital do Rego.
Demóstenes foi flagrado em interceptações telefônicas supostamente beneficiando o empresário Carlos Cachoeira, preso pela suspeita de exploração de jogos ilegais no país.
Alternativa
Pela manhã, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), reforçou a indicação feita pelo partido. Na semana passada, Pinheiro havia sugerido que o senador Wellington Dias (PT-PI) ocupasse a presidência do conselho.
"Mantemos a nossa oferta. O senador Wellington Dias tem todas as condições necessárias que o posto exige. A sociedade cobra do Congresso uma definição rápida sobre as denúncias crescentes envolvendo o senador Demóstenes Torres, e não podemos protelar mais nossas decisões", afirmou Pinheiro.
Ele defendeu que, no caso de os peemedebistas escolherem a presidência do Conselho de Ética, o seu partido deve ficar com a relatoria. Porém, pela nova norma regimental, a escolha do relator será feita por sorteio.
Eleição de Trump ajuda na alta do dólar, mas maior vilão foram gastos excessivos de Lula
Empresas que controlam prisões privadas esperam lucrar com deportações prometidas por Trump
Peter Thiel, o bilionário que emplacou o vice de Trump e deve influenciar o governo
Lula fecha os olhos ao drama das crianças ucranianas
Deixe sua opinião