Em meio ao debate interno no PMDB sobre a possibilidade do partido desembarcar do governo Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer avaliou nesta terça-feira (17) como natural que a legenda realize essa discussão, mas ressaltou que a sigla não desembarcará da administração federal.
No congresso da Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos do partido, o peemedebista pregou a necessidade de, diante do atual cenário de crise econômica, haver uma “pacificação” e uma “unificação” no país. Segundo ele, os partidos políticos têm neste momento de pensar na união nacional “para não dividir o país”. “Isso é natural [debate sobre desembarque]. Nós temos de colaborar com o país e, mesmo as pessoas que querem a saída do governo federal, querem colaborar com o país”, disse. “[O PMDB] não vai sair”, acrescentou, ao ser perguntado sobre a possibilidade de ruptura com o PT.
Requião rejeita política econômica elaborada pelo PMDB: ‘nem FHC faria igual’
Leia a matéria completaO evento, tido como o primeiro passo para o desembarque oficial do partido do governo federal, tornou-se palanque nesta terça-feira (17) de discursos favoráveis ao desembarque imediato da gestão Dilma Rousseff e contrários ao programa econômico lançado pelo vice-presidente, chamado de “Uma Ponte para o Futuro”.
Em plenário, no qual os microfones foram abertos para os peemedebistas fazerem críticas ao governo federal, dirigentes e parlamentares da tendência oposicionista da legenda pregaram a substituição de Dilma por Temer e culparam a administração federal pela atual crise econômica.
“O impeachment ou não impeachment não depende da gente, mas tem algo que depende. Não é o afastamento da Dilma Rousseff da presidência da República, mas o afastamento do PMDB dela, para que possamos construir um partido que tenha discurso”, disse o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Em linha semelhante, o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) avaliou que o país está à beira de uma “depressão econômica” e defendeu o afastamento da presidente do Palácio do Planalto.
“Nós achamos que do jeito que está não dá e achamos que o Michel Temer está preparado para assumir o pós-impeachment da Dilma Rousseff”, disse. “Se não houver essa mudança em até seis meses, o país vai piorar. Ou vocês acreditam em mudanças com o sistema que está no Palácio do Planalto?”, questionou.
Eleição de Trump ajuda na alta do dólar, mas maior vilão foram gastos excessivos de Lula
Empresas que controlam prisões privadas esperam lucrar com deportações prometidas por Trump
Peter Thiel, o bilionário que emplacou o vice de Trump e deve influenciar o governo
Lula fecha os olhos ao drama das crianças ucranianas
Deixe sua opinião