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Conselho de Ética

Prefeito justifica uso de avião de doleiro por Vargas

Carlos Alberto Preto, prefeito de Apucarana, disse que deputado aceitou empréstimo de aeronave porque tinha dificuldades em encontrar passagens para a família

Carlos Alberto Preto, prefeito de Apucarana, depôs no Conselho de Ética | Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados
Carlos Alberto Preto, prefeito de Apucarana, depôs no Conselho de Ética (Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)

Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o prefeito de Apucarana (PR), Carlos Alberto Gebrim Preto, o Beto Preto (PT), disse aos parlamentares que o deputado André Vargas (sem partido-PR) aceitou o empréstimo de uma aeronave do doleiro Alberto Youssef porque pretendia viajar com a família no fim do ano passado e tinha dificuldades em encontrar passagens para 10 pessoas. O prefeito petista depôs como testemunha de defesa no processo por quebra de decoro parlamentar contra Vargas. O depoimento do deputado está marcado para o dia 29 deste mês.

O prefeito contou aos deputados que Vargas buscava o empréstimo de uma aeronave e que pagaria pelo combustível da viagem até João Pessoa (PB). Dias depois, ele ficou sabendo que o ex-petista havia conseguido o empréstimo de uma aeronave por intermédio de um empresário, o doleiro preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. O prefeito disse que Youssef é um empresário conhecido no Paraná por ser dono do hotel Blue Tree de Londrina mas que, apesar de sua amizade com Vargas, nunca o conheceu pessoalmente.

Preto afirmou ao colegiado que Vargas era o representante da região de Apucarana na Câmara e que, além da amizade de mais de 20 anos, sempre o procurou para tratar de assuntos de interesse de sua cidade. O prefeito petista lembrou que Vargas sempre teve um perfil político combativo, que gostava de entrar em disputas e era um homem de origem humilde. "Não o vi mudar, nem mesmo na maneira de se comportar no dia a dia", disse o prefeito ao responder uma das perguntas da defesa.

Membros do conselho ficaram incomodados com a oitiva e concluíram que a testemunha pouco tinha a colaborar com o objeto do processo: a relação de Vargas com o doleiro e o uso da aeronave. "Falar sobre a vida pregressa do deputado não está em jogo aqui", protestou o deputado Marcos Rogério (PDT-RO). "Parece que essa será a tendência das testemunhas (de defesa)", concluiu o relator Júlio Delgado (PSB-MG).

O prefeito é a quinta testemunha ouvida no processo contra Vargas. Com o recesso branco, já foram marcadas sessões nos dias 22, 23 e 29 para ouvir testemunhas e o deputado acusado. O doleiro é uma das testemunhas arroladas, mas informou que não tem intenção de se pronunciar sobre o caso. O relator enfatizou que o prazo de 40 dias de instrução é "improrrogável". "Dia 29 é o prazo final", alertou.

Oficialmente o relator terá mais 10 dias úteis para apresentar seu parecer. O objetivo é votar o relatório final na primeira semana de agosto, período de esforço concentrado na Casa.

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