Sem cargos de visibilidade na equipe de Dilma Rousseff, o PT do Nordeste decidiu reagir, cobrar mais espaço no governo e avisar que não aceitará "porteira fechada" para o PMDB. Em reunião realizada hoje, governadores, deputados e senadores petistas entregaram uma extensa lista de pedidos ao presidente do PT, José Eduardo Dutra, e prometeram seguir a ordem de Dilma de não dar cotoveladas em público.
"O PT do Nordeste está subrepresentado no Ministério e é importante haver compensações no segundo escalão", resumiu o deputado Fernando Ferro (PE), líder do PT na Câmara. "Não existe essa história de Ministério ou estatal de porteira fechada. É possível dividir responsabilidades com o PMDB e outros aliados". No jargão da política, porteira fechada significa a indicação de todos os cargos por um mesmo partido.
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), saiu da reunião com Dutra fazendo piada. "Eu estava brincando de baralho, mas embaralharam minhas cartas e eu fiquei sem nada", disse Déda, numa referência à sua indicada para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Lúcia Falcón, que acabou não integrando a equipe de Dilma. Déda, porém, não se deu por vencido. "Como sobrou uma carta na minha mão, eu montei o meu ministeriozinho lá em Sergipe", brincou.
Na lista de objetos do desejo do PT estão empresas como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), hoje nas mãos do PMDB, e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), também na mira do PSB de Fernando Bezerra, ministro da Integração. O PT tenta manter o comando do Banco do Nordeste (BNB) e está de olho em diretorias regionais da Petrobrás e da BR Distribuidora.
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