O governo e a cúpula do PT tentaram na quarta-feira (27) abafar a crise com o PMDB por causa da escolha do vice na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ministros e dirigentes petistas passaram a dirigir afagos ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), cotado para a vaga. "Quem vai definir o vice é o PMDB e o PT não vai dar palpite", afirmou o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Questionado sobre comentários de que Temer não agrega apoio, Dutra tentou consertar as declarações dos companheiros. "O critério para a indicação do vice não é agregar voto, mas, sim, dar liga política. O bom vice é o que mantém bom relacionamento com o titular.
Em conversas reservadas, Lula chegou a admitir a preferência por uma dobradinha entre Dilma e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, filiado ao PMDB. No entanto, o presidente sempre soube da dificuldade em concretizar essa operação, já que o PMDB fincou pé no nome de Temer, que deverá ser reconduzido ao comando do partido em convenção marcada para o dia 6 de fevereiro. Ontem, Lula disse que não existe veto ao presidente da Câmara.
"Temer trouxe o conjunto do PMDB para a base do governo e sua recondução à presidência do partido dá força à tese da aliança com Dilma", reforçou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, escalado pelo governo para apagar o incêndio político com o PMDB.
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