Responsável por denunciar o escândalo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente de honra do PTB, pagou nesta quinta-feira a multa que devia à Justiça, no valor de R$ 840.862,54 — com valores corrigidos pela inflação — e entrará na próxima segunda-feira com pedido de progressão para o regime aberto. Ele poderá ser o primeiro beneficiado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira, que condiciona o pagamento de multa dos condenados do mensalão à possibilidade de progressão de regime de prisão. O ex-deputado foi condenado a sete anos e 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e cumpre pena em regime semiaberto.
Na tarde desta quinta-feira, ao receber a confirmação de que havia atingido o valor da multa, por volta das 15h45, disparou mensagens agradecendo a doação dos cerca de 40 amigos que desembolsaram quantias. Além da filha Cristiane Brasil, presidente do PTB, também contribuíram o deputado Benito Gama, o ex-senador Sérgio Zambiazi e o deputado estadual Marcus Vinicius, presidente do PTB do Rio. Alguns amigos chegaram a doar R$ 5 mil.
A expectativa do ex-deputado é de que, até o fim do mês de abril, o STF se posicione sobre o pedido de cumprimento do resto da pena em prisão domiciliar. Jefferson também pedirá à Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio de Janeiro autorização para casar com Ana Lucia, com quem já vive há 13 anos. O casamento, um almoço para 200 pessoas, está marcado para o fim de maio em um clube de Três Rios, no Sul fluminense.
Em agosto do ano passado, Jefferson pediu ao Supremo para cumprir a pena em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado. O ex-deputado teve um câncer no pâncreas em 2012 e alegava que, com problemas de saúde, necessitava de dieta e tratamento especial.
Três meses depois, porém, fez um exame de Pet Scam que não detectou novos tumores. Com 90 quilos — oito a mais do que quando foi preso —, disse a amigos que, apesar da necessidade de repetir o exame anualmente, está “zerado”. Nos últimos meses, contraiu uma bactéria intestinal e chegou a ser internado no Hospital Samaritano, no Centro do Rio, e recebeu a visita de quatro médicos no presídio Casa do Albergado Coronel PM Francisco Spargoli Rocha, em Niterói.
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