Mesmo sob críticas de parlamentares da oposição e até da base aliada, o plenário do Senado decidiu nesta terça-feira (4) adiar a votação a respeito do projeto que trata da renegociação das dívidas de estados e municípios com a União. A votação foi remarcada para esta quarta-feira (5) a pedido do líder do governo na Casa, deputado Eduardo Braga (PMDB-AM), com a concordância dos líderes da oposição.
Os governadores do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT); do Paraná, Beto Richa (PSDB); e de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), juntamente com o secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Andrea Calabi, passaram o dia no Senado pressionando parlamentares pela aprovação, o quanto antes, da proposta que lhes garantiria um alivio fiscal. Lembraram que, no ano passado, foi firmado um acordo para se votar a matéria assim que os senadores voltassem do recesso parlamentar.
O governo federal busca ganhar tempo para votar a matéria. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, conversa nesta quarta com líderes da base sobre o projeto. Segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, o ministro Mantega se posicionou claramente contra a aprovação da matéria neste momento. "Há uma manifestação clara do ministro da Fazenda no sentido de que não é hora de fazermos a votação no momento. Nesse momento, é preciso ter muita cautela quanto aos indicadores macroeconômicos", disse Braga.
A avaliação de governistas é que a eventual votação do tema poderia piorar a nota do país feita por agências de classificação de risco, por dar um sinal de frouxidão fiscal. Mais cedo, a bancada do PT, capitaneada pela ex-ministra da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann (PR), havia sugerido "cautela" na votação da proposta.
"A questão que está sendo debatida neste momento não é se é correto ou não, se justo ou não, mudar o indexador. É o momento, a oportunidade de o Congresso Nacional aprovar esta matéria", afirmou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, mais cedo, na saída de uma reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para tratar do assunto.
Em plenário, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador governista Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que não há "clima" para que a proposta não seja votada nesta quarta. "É um erro da articulação política do governo tentar impedir essa votação", disse.
Troca de comando na Câmara arrisca travar propostas que limitam poder do STF
Big Brother religioso: relatório revela como a tecnologia é usada para reprimir cristãos
Cuba e México disparam de posição entre os países que mais perseguem cristãos no mundo
O problema do governo não é a comunicação ruim, mas a realidade que ele criou
Deixe sua opinião