O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, admitiu na sexta-feira (27) ter sugerido à empreiteira Camargo Corrêa que desse apoio financeiro aos diretórios do PSDB no Pará e do DEM no Rio Grande do Norte. Por lei, a Fiesp não pode doar dinheiro diretamente a nenhum partido político.
"A Fiesp nunca recebeu um tostão nem deu um tostão a campanha nenhuma, de partido político nenhum e candidato nenhum, porque a lei não permite", afirmou Skaf, em entrevista à Rede Globo. "Nós sugerimos e a empresa (Camargo Corrêa) se dispôs a dar esse apoio. Foi dado dentro da lei, com recibo, tudo correto. É a única participação que temos", explicou. Na entrevista, Skaf adiantou que os partidos e parlamentares que trabalham em defesa da indústria, "a favor do Brasil, do emprego e da produção", voltarão a receber contribuições para as eleições de 2010 com a orientação da Fiesp.
"Neste caso pontual, o que há claramente é o seguinte: foi sugerido a essa empresa, se quisesse e pudesse - decisão da empresa -, doar para o PSDB do Pará e para o Democratas, do Rio Grande do Norte", explicou, em referência às contribuições aos senadores Flexa Ribeiro (PA) e Agripino Maia (DEM).
Integrante da comissão de direito eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional São Paulo (OAB-SP), Luciano Pereira dos Santos disse que a intermediação da Fiesp na doação de dinheiro aos partidos não pode ser considerada ilegal. "Mas, sob o ponto de vista ético, intermediar uma doação a um partido político, principalmente nesse contexto de investigações, em que se fala em caixa 2 e doações não contabilizadas, é algo que não se coaduna com a conduta do presidente da uma entidade desse porte", afirmou.
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