O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira (21) que, além do rombo nas contas públicas, ao assumir o governo ele também encontrou “um certo déficit de verdade” e que não seria possível continuar nesse caminho. Ele afirmou ainda que sua gestão trocou o “ilusionismo” nas contas públicas pela lucidez.” “É preciso encarar os fatos tal como são”, disse. “Agora a realidade bate à porta e cobra naturalmente o seu preço.” As declarações foram dadas no Palácio do Planalto, durante discurso de abertura da 45.ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – o Conselhão. Apesar disso, ele pediu aos conselheiros para ajudarem a “pacificar” o país.
Temer afirmou que “não há dialogo construtivo sem franqueza” e ressaltou que isso é um dos suportes de seu governo “ao lado da ideia de que é preciso reformar para crescer”. Disse ainda que seu objetivo de retomar o crescimento é gerar emprego. E voltou a destacar que “o diálogo não deve ser mero acessório, é traço fundamental na democracia”.
Ao abrir a reunião, Temer comentou que “não nos falta determinação para agir, assim como não nos falta humildade para escutar”. E afirmou que “humildade é menos para falar e mais para escutar”. “Nesse conselho teremos canal privilegiado para interlocução com diversos setores.”
Cumprimentos um a um
Antes de sua fala, Temer cumprimentou cada um dos 96 conselheiros e disse que dava boas-vindas aos 59 novos integrantes. O presidente destacou ainda que o grupo atual é mais representativo e destacou que há o dobro de mulheres nesse Conselhão. “A mulher hoje é produtora da riqueza nacional”, disse. “Vejo nessa sala uma extraordinária soma de talento e espírito público. Vamos trabalhar para que vejam em nós um governo de abertura ao diálogo e união de esforços.”
Ele voltou a destacar também a importância do Congresso para o governo. “É importante ter o apoio do parlamento para que tudo que nós produzimos a favor do país seja avaliado”, disse.O presidente afirmou ainda que a governabilidade significa o apoio da sociedade e que os conselheiros agora passam a fazer parte do governo e “serão os agentes da governabilidade”.
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Leia a matéria completaPacificação do Brasil
Temer disse que um dos principais objetivos do colegiado é pacificar o Brasil. Para ele, não pode haver uma “cisão raivosa” entre os brasileiros. “Não há como continuar com o Brasil dividido. Dividido em ideias, não tem importância. Dividido em conceitos, não tem importância. Porque a democracia vive da controvérsia, da contrariedade, porém argumentativa. Não pode haver uma cisão raivosa entre os vários brasileiros, nós que sempre tivemos fama de ser conciliadores e amigáveis”, disse o presidente.
Temer afirmou que, ao assumir o governo, em maio deste ano, encontrou o país imerso em uma das piores crises da história. Nesse contexto, disse, era necessário construir pontes e articular consenso. “Era necessário restabelecer relação harmônica entre os poderes”, destacou o presidente da República.
Objetivo do Conselhão
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o foco do Conselhão no governo Michel Temer será: desenvolvimento, retomada e aceleração do desenvolvimento nacional. Em discurso na abertura da primeira reunião do colegiado do governo Temer, Padilha fez uma explanação sobre os critérios que foram adotados para escolha dos 96 integrantes, entre eles, a representação no PIB. “A representatividade buscou áreas de atuação, inovou com critérios técnicos econômicos e sociais, priorizou quadros que dialoguem como inovação e sociedade digital, para além das corporações”, afirmou o ministro.
Padilha ressaltou ainda um aumento de 32,3% da participação de mulheres na atual composição do Conselhão em relação ao governo anterior, da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).
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