Com o objetivo de manter integrantes da base aliada pacificados, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) pretende atingir o teto de R$ 3,3 bilhões em liberação de emendas nos próximos 12 dias. O valor corresponde a 60% das emendas individuais dos 513 deputados. Houve, porém, um contingenciamento de recursos realizado no início do ano, no Orçamento da União, e cada um dos integrantes da Câmara e do Senado conta atualmente com uma cota de R$ 11 milhões em emendas.
Esses recursos, normalmente, são aplicados no reduto eleitoral dos parlamentares e, neste ano, em razão das eleições municipais de outubro não contarem com financiamento empresarial de campanha, é considerado ainda mais estratégico por políticos. O anúncio da liberação das emendas até o próximo dia 2 de julho está previsto para ser realizado nesta terça-feira (21), pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, em reunião com líderes da base aliada da Câmara.
Pressa
A pressão de aliados do governo Temer pela celeridade do pagamento de parte dos recursos nos próximos dias se deve ao fato de que a Lei Eleitoral proíbe o desembolso de verbas para a execução de obras e serviços, que ainda não estão em andamento e com cronograma prefixados, 90 dias antes das eleições.
A exceção são situações de emergência e de calamidade pública. “Há um interesse no sentido de liberarem o mais rápido possível. Não pode passar do período estabelecido em lei”, diz o líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA), após reunião com Geddel.
Líderes do Centrão – grupo comandado pelos partidos PR, PP, PSD e PTB – também não escondem a ansiedade pela liberação dos recursos. “Tem que resolver isso logo para acalmar o pessoal. O acertado é que seja 60% das emendas”, disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).
Caso seja confirmado o porcentual do repasse negociado, cada um dos deputados poderá contar com até R$ 6,6 milhões no primeiro semestre deste ano, restando R$ 4,4 milhões para depois das eleições de outubro. “O PR tem demanda como todo mundo. Se não liberar a emenda antes do período eleitoral, fica muito difícil para a gente”, disse o líder do partido, Aelton Freitas (MG).
Agrado
Temer tem procurado fazer afagos em desafetos, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em encontro no Palácio do Planalto na segunda-feira (20), Temer discutiu a Agenda Brasil, conjunto de propostas de Renan contra a crise econômica. Novo encontro entre os dois deve ocorrer nos próximos dias em Arapiraca (AL).
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