Em reunião esvaziada - a primeira depois da eleição na qual José Serra foi derrotado por Dilma Rousseff (PT) na corrida pela Presidência da República - o PSDB decidiu que é preciso reorganizar o partido e movimentar as bases eleitorais. A meta é chegar à eleição municipal de 2012 com o candidato à eleição presidencial de 2014 escolhido.
"É salutar que em 2012 nosso candidato de 2014 já circule o país", resumiu o deputado federal reeleito Bruno Araújo (PE), ao deixar hoje a reunião da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília. A primeira ação do partido será atualizar o cadastro de filiados. O PSDB calcula ter registrado 230 mil filiados, mas a cúpula admite que a militância não está ativa. "Queremos montar o partido em todos os municípios do Brasil", afirmou o presidente do Instituto Teotônio Vilela, Luiz Paulo Veloso Lucas.
O objetivo é ter esse cadastro refeito e conseguir novos filiados até março, quando haverá eleição para os diretórios municipais. A eleição deve ocorrer até o dia 20 daquele mês. As eleições dos diretórios regionais e do diretório nacional devem ocorrer, respectivamente, nos dias 17 de abril e 29 de maio. No entanto, a maioria dos tucanos que participou da reunião de hoje da Executiva defende a recondução do atual presidente do partido senador Sérgio Guerra (PE). "Ele tem o respeito de todo o partido", afirmou Araújo.
Do total de oito governadores eleitos pelo PSDB, apenas dois compareceram à reunião: Teotônio Vilela, de Alagoas, e Anchieta Júnior, de Roraima. O senador eleito Aécio Neves continua em viagem, e os senadores Arthur Virgílio (AM) e Álvaro Dias (PR) não participaram do encontro por problemas de saúde.
Direção
Depois de quase duas horas de reunião, a cúpula do PSDB evitou fazer um balanço crítico sobre o desempenho do partido na campanha eleitoral. O presidente da legenda, Sérgio Guerra, avaliou que, apesar de o partido ter eleito um número menor de parlamentares em comparação com a eleição passada, a qualidade da bancada continua forte. "Perdemos o Arthur Virgílio (AM), mas ganhamos o Aécio Neves (MG)", emendou Márcio Fortes, secretário do partido.
Sérgio Guerra garante que, apesar do enxugamento da oposição, o partido manterá um posicionamento firme durante o governo da presidente eleita Dilma Rousseff. "A oposição perdeu vagas no Congresso e terá de ser mais combativa do que foi. E não nos faltará vozes para isso".
Guerra informou ainda que dos R$ 140 milhões gastos na campanha de José Serra à Presidência, o PSDB conseguiu arrecadar pouco mais de R$ 130 milhões. Pouco menos de R$ 10 milhões em dívidas ficaram para o partido.
CPMF
O PSDB realizará duas novas reuniões nas próximas semanas. A primeira está sendo organizada pelo governador reeleito de Alagoas, Teotônio Vilela. Ele quer reunir todos os governadores eleitos pelo PSDB na próxima sexta-feira, em Maceió. "Se ainda tiver alguém viajando, vou esperar", ponderou.
Uma das pautas do encontro será o posicionamento do partido em relação à recriação de um imposto para financiar investimentos em saúde. Teotônio Vilela admite que a recriação de um imposto nos moldes da extinta CPMF seria vantajosa para os investimentos em saúde em Alagoas, mas pondera que seria "uma incoerência" do partido defender a criação de um novo tributo enquanto a campanha tucana teve como bandeira a redução da carga tributária.
Caberá ao líder do PSDB na Câmara dos Deputados, João Almeida (BA), organizar uma segunda reunião, entre as bancadas antigas e novas de deputados e senadores do partido. O encontro está sendo organizado para a primeira semana de dezembro.
Como a suspensão do X afetou a discussão sobre candidatos e fake news nas eleições municipais
Por que você não vai ganhar dinheiro fazendo apostas esportivas
Apoiadores do Hezbollah tentam invadir Embaixada dos EUA no Iraque após morte de Nasrallah
Morrer vai ficar mais caro? Setor funerário se mobiliza para alterar reforma tributária
Deixe sua opinião