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Macha dos trabalhadores da agricultura protesta contra o presidente da Câmara Eduardo Cunha. | Lula Marques/ Agência PT
Macha dos trabalhadores da agricultura protesta contra o presidente da Câmara Eduardo Cunha.| Foto: Lula Marques/ Agência PT

A Marcha das Margaridas, que reúne cerca de 30 mil pessoas em Brasília na manhã desta quarta-feira (12), segundo estimativa da Polícia Militar, chegou à Esplanada do Ministérios e ao Congresso aos gritos de “Fora, Cunha!”.

Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a marcha é composta principalmente de mulheres agricultoras de vários estados do país. Há também estudantes universitárias, sindicalistas e grupos feministas. O público vindo de outros Estados ficou alojado no Estádio Mané Garrincha, de onde partiu no início da manhã.

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Por volta das 10h, o ato começou a circundar o Congresso, com a orientação de “virar as costas” para o Parlamento, sob palavras de ordem contra a regulamentação e a ampliação das terceirizações – projeto recentemente aprovado pelos deputados –, críticas à redução da maioridade penal e às discussões sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Marcha, mulher, marcha / molha os pés mas não faz a unha / viemos de todo o Brasil / pedir a cabeça do Cunha”, cantava uma manifestante do alto do carro de som. Presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) declarou guerra ao governo e vem impondo à presidente várias derrotas na Casa.

Na rua, faixas contra a violência doméstica, de “Não ao racismo” e de “Golpe não”. O ato, que recebeu patrocínio de R$ 855 mil de empresas estatais como a Caixa e o BNDES, serviu como uma espécie de desagravo em favor da presidente.

Uma comissão das Margaridas participará de um reunião com deputados e senadores no Senado.

Ao longo da Esplanada dos Ministérios, vários grupos de servidores públicos, como os do SUS, empunhavam faixas de apoio à marcha. Nesta semana, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) apresentou ao Planalto uma agenda com medidas para ajudar o governo a enfrentar a crise -entre elas, instituir cobranças no SUS de acordo com a faixa de renda.

Discriminação

Agricultora e quebradeira de coco de babaçu assentada no município de Praia Norte (TO), Iranir Alves Gomes, 45, disse que a imprensa culpa Dilma pela crise, mas poupa os congressistas.

“As propostas dela [Dilma] são discriminadas porque ela é mulher. Ninguém fala que quem manda mesmo são os homens do Congresso”, afirmou.

A pista do Eixo Monumental foi interditada do lado norte, e o trânsito foi desviado pela PM para as vias paralelas. Segundo o major Roballo, que comanda a operação, a Marcha das Margaridas, realizada em Brasília a cada dois anos, é a maior que a cidade recebe, e também uma das mais tranquilas -nunca houve registros de confrontos.

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