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Lula e outros líderes do G20 durante a foto oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Lula e outros líderes do G20 durante a foto oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.| Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nesta semana foi realizada a reunião do G20 no Rio de Janeiro, com representantes dos vinte países mais ricos do mundo. O encontro foi pautado pelo tripé: redução da pobreza, sustentabilidade ambiental e governança global. Entre esses assuntos, a redução da pobreza foi o tema de maior destaque.

Neste tipo de encontro é comum que políticos e burocratas expressem o seu desejo em reduzir a pobreza. O evento é marcado mais por uma carta de intenções, e menos como capacidade de solução dos problemas apresentados. Geralmente, as soluções propostas são sempre de mais Estado, como a taxação de super ricos, com o objetivo de reduzir a desigualdade, transferindo recursos dos milionários para os mais pobres.

A ideia de mais imposto para diminuir a pobreza é baseada na famosa falácia de que economia é um jogo de soma zero - isto é, para alguém ser rico, o outro tem que ser pobre. Nessa lógica, o Estado expropria a riqueza dos mais ricos e transfere para os mais necessitados, reduzindo a pobreza.

Entretanto, essa visão tem vários problemas. O primeiro é acreditar que mais impostos, com transferências para os menos favorecidos, tiraria as pessoas permanentemente da miséria. 

De fato, num primeiro momento, a transferência de recursos dos mais ricos para os mais pobres ajuda a situação do mais vulnerável. Mas se não houver criação de riqueza, o indivíduo permanecerá na pobreza, e ajuda governamental não passará de um paliativo momentâneo, sem resolver o problema de fato. Portanto, a questão central que se coloca é: como criar riqueza numa sociedade?

O sistema capitalista se mostrou o mais eficiente na criação de riqueza, desmistificando a ideia de que economia é um jogo de soma zero

O avanço da economia de mercado, baseada em trocas voluntárias e na meritocracia, mostrou que todos saem ganhando - do empresário ao funcionário, passando pelos consumidores. Tanto é verdade que a previsão de Karl Marx, de que a classe do proletariado se voltaria contra o sistema frente à “exploração capitalista”, não se concretizou, pois o operário também melhorou de vida com o avanço da economia de mercado.

O capitalismo permite melhorias concretas na vida das pessoas, na medida em que bens e serviços, outrora acessíveis apenas às elites, se popularizam para os mais pobres. Carros, celulares e eletrodomésticos são exemplos de produtos que, num primeiro momento, apenas ricos tinham acesso. 

Mas com a produção em larga escala (definição de capitalismo, segundo Mises), é possível reduzir custos, tornando o produto mais barato e acessível para a maioria da população. Além da redução de custos, para se produzir em larga escala, é necessário a contratação de mais pessoas, gerando renda e emprego na sociedade. 

Nesse processo, todos saem ganhando: empresários lucram mais, pessoas são empregadas e passam a ter renda, e os bens e serviços se tornam mais baratos para toda a população.

Colocar elevados impostos só atrapalha esse processo, na medida em que desincentiva a produção – portanto, a criação de riqueza, ou diminuição da pobreza.

A lógica é simples: por que ser produtivo e empreender, se o governo vai me expropriar com elevados impostos? Alta carga tributária nada mais é do que elevar a participação do Estado na empresa. No limite, o socialismo não deu certo por conta do desincentivo à produção por conta da mão pesada do Estado.

No entanto, políticos de plantão, como o presidente Lula, vão dizer que o neoliberalismo e a globalização falharam para resolver a pobreza no mundo, o que não é verdade.

Primeiro, o capitalismo não falhou. Pelo contrário, da Revolução Industrial até hoje, a renda per capita da população avançou, e milhares de pessoas saíram da pobreza. Um porteiro em São Paulo tem um padrão de vida melhor do que qualquer rei da Idade Média. 

Diferentemente de qualquer nobre daquele período, ele tem acesso a vacinas, antibióticos, anestesia, saneamento básico, micro-ondas, geladeira, TV, Netflix, carro, celular, e por aí vai. 

Por acaso, essas invenções, e o acesso delas à população, vieram dos porões estatais, ou do avanço do capitalismo ao longo da história? É bom lembrar que o estado natural da humanidade é a pobreza, e o simples passar do tempo não traz desenvolvimento. 

O segundo erro do presidente é acreditar que mais Estado vai resolver a pobreza. Pelo contrário, mais governo vai gerar ainda mais desigualdade, ao transferir riqueza dos mais pobres para os burocratas estatais. Ou alguém acha que R$1 bilhão recolhido por impostos chega na outra ponta para a sociedade com o mesmo valor? 

A própria história recente brasileira – do Mensalão ao Petrolão – mostra como mais Estado gera corrupção, agrava a pobreza, e só enriquece parasitas do dinheiro público.

Não à toa, Javier Milei, defensor ferrenho do liberalismo econômico, a princípio, não assinou a carta de intenções do grupo por achar as propostas completamente furadas.

Mas como em relações internacionais é importante manter a pose, afetar boas intenções e seguir protocolos - mesmo que inúteis -o presidente da Argentina voltou atrás, e assinou o documento. No fundo, Milei, como um bom liberal, sabe que, ao contrário do capitalismo, a reunião do G20 é sim um jogo de soma zero. 

Conteúdo editado por:Aline Menezes
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