
Eu gostaria de poder lembrar todos os dias, a cada brasileiro que tem um veículo a gasolina, que só 70% do que você coloca no tanque é gasolina mesmo; os outros 30% são álcool, que, como sabemos, tem menos energia, ou seja: o carro vai precisar de mais combustível para andar a mesma distância. O preço da gasolina não caiu, e você ainda está sujeito a fazer mais visitas à oficina para limpar todo o sistema de alimentação dos cilindros de seu carro e retirar impurezas. E ninguém perguntou se queríamos mais álcool na gasolina, perguntou? Dizem que todo poder emana do povo, mas o Estado brasileiro faz isso sem consultar os que estão sendo prejudicados com essa medida.
Mais barbeiragens da classe jornalística
Também lembro sempre por aqui que a pessoa que se forma jornalista tem de conhecer sua ferramenta básica, que é a palavra, a escrita, a língua portuguesa. Mas li em um jornal que “o corpo do casal foi encontrado na beira da estrada”. O casal tem um corpo só? Que casal unido, esse! Seguidamente vejo reportagens afirmando que “uma arma irregular foi apreendida”. O que é uma “arma irregular”? Deve ser aquela que tem um cano torto; se o jornalista quis se referir a uma arma ilegal, tem de saber que “ilegal” não é sinônimo de “irregular”. Irregular é aquilo que é diferente, que não é regular, e não é aquilo que é ilegal. Pior ainda foi um título que li em um jornal importante, superando o Conselheiro Acácio, o personagem de Eça de Queiroz que só dizia obviedades: “Iniciativas estão só no começo”. E vejam que quem faz os títulos é o editor, que está acima do reporter. “Iniciativas estão só no começo” é como dizer “o início está no começo”. Quem fez esse título não sabe o que significa “iniciativa”; certamente queria se referir a algum programa ou coisa do tipo, mas não sabe o significado das palavras porque não lê e não tem vocabulário.
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Artigo no Wall Street Journal denuncia o “golpe de Estado” dado pelo STF
O Wall Street Journal é tão popular e tão importante nos Estados Unidos que basta dizer The Journal, “o jornal”, para saber que estão falando do Wall Street Journal. Na edição de domingo, na página de opinião, um texto fala do golpe de Estado – em inglês usa-se o original francês, coup d'état – dado pelo Supremo no Brasil. O artigo conta todas as coisas que já sabemos, nem preciso repetir aqui todas as ilegalidades, inconstitucionalidades, avanços sobre o Legislativo, entrevistas, declarações. O presidente do Supremo afirma, e mais de uma vez, que o STF não é mais um órgão judiciário, e sim um órgão político da maior importância; e confessa, num evento da UNE, aplaudido por Flávio Dino (então ministro da Justiça), que “nós derrotamos o bolsonarismo”. Depois, sem ligar para os bons modos, diz a um brasileiro “perdeu, mané, não amola” – a moça que escreveu a mesma frase com batom em uma estátua foi duramente punida, com pena igual à de um homicida.
Cidadania americana para os perseguidos políticos pelo STF, que tal?
A imprensa internacional está dizendo que Donald Trump poderia conceder cidadania norte-americana aos 20 reféns do Hamas na Faixa de Gaza ainda sobreviventes. E se ele resolvesse fazer o mesmo com a gente aqui, no Brasil?
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




