Hoje eu vou falar um pouco de Davos, porque nós vamos ter a COP 30, lá em Belém, um encontro ambiental. Ao meu ver se esvazia o Acordo de Paris - que já não tinha o sol, o sol não assinou – e os Estados Unidos retiram também a assinatura.
A própria delegação francesa avisou em Davos, que vai pedir na União Europeia, no Parlamento Europeu, a retirada das restrições ambientais e burocráticas, porque os países europeus, como a França, não estão resistindo ao aperto de medidas burocráticas e climáticas, exigências de sustentabilidade - eu nunca entendi exatamente o que é isso. Toda essa discussão será transferida para a COP 30.
Recentemente, eu estava ouvindo o engenheiro agrônomo Almir Rebelo, que é do meu estado, gaúcho como eu, excelente. Ele falou que o nosso agro gera uma fotossíntese que é campeã do mundo. É o maior sequestrador, segundo ele, de CO2 - o dióxido de carbono - do mundo, de gás de efeito estufa. Enquanto a China, que é o maior poluidor, não tem nada disso.
Então, tem muita gente que está querendo dar um golpe - mais um golpe no agro-brasileiro - lá na COP30, e tem que inverter isso. O agro-brasileiro é o campeão do mundo em ambientalismo, porque nós temos uma legislação ambiental excelente.
O Almir também lembrou que nós transformamos - além de sequestrar o carbono - a soja, por exemplo, em energia, em biomassa e em alimento.
Vamos comparar com a floresta? Que não produz energia, biomassa, nem alimento, só faz a transformação. Olha só o brilho do nosso agro!
Assinatura de protocolo sem transparência
Bom, mas aconteceu outra coisa lá em Davos. Davos foi palco da assinatura de um protocolo de intenções entre o Ministério dos Povos Indígenas e a empresa privada Ambipar.
Gente, atenção, segurem-se! Esse protocolo envolve 14% do território brasileiro, quase 1 milhão de quilômetros quadrados. É igual à soma dos territórios da França com a Inglaterra. Eu fico me perguntando: uma coisa assim não teria que ter Congresso Nacional?
Pois bem, quais são as intenções? Ensinar os índios a formar brigadas indígenas contra o incêndio. Eu seguro o riso porque os índios conhecem a coivara para fazer lavoura e para guerrear desde que eles existem. A outra: destinação de resíduos sólidos. O que é isso? Na floresta, resíduos sólidos? Destinação? Eu gostaria de saber se não é resíduo de mineração.
Uma outra intenção é o monitoramento, inclusive com drones, monitoramento da área. Eu imagino que essa empresa não tem nenhum estrangeiro no meio. Também o acesso a insumos demandados pelos povos indígenas para levar alimento. Estão querendo acostumar o indígena a não plantar, a não colher raízes, frutos e a não caçar. Vamos integrá-los logo, então. E por fim levar remédios. Eles vão abandonar a medicina tradicional da botânica.
Eu queria perguntar, quem são os povos? Se perguntaram a esses povos se eles aceitaram isso. Quem paga? Eu vi uma entrevista de uma dirigente que disse que não tem ainda valores, quanto vai pagar. Tem contrato? Houve concorrência pública para isso? E, sobretudo, quem são essas pessoas? Porque é muito território.
Meu Deus, eu fico cheio de perguntas na cabeça.