Pegaram mal entre o pessoal que está acampado, sob sol e chuva, nas mais diversas situações incômodas, as imagens do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, no Catar. Ele explicou que foi lá para distribuir pendrive sobre a situação do Brasil. Era melhor não ter dito isso, convenhamos. As pessoas dizem que tudo bem ele ir, estão lá também o presidente da Câmara e o ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, e acrescentam que não estão na chuva por Eduardo Bolsonaro; estão também por ele, mas por nós todos, por nossa liberdade, por nossos filhos e netos, por um governo de honestos, pela Constituição Federal violada, pelo devido processo legal, pelo fim dessa história de que o crime compensa neste país, pelos valores da família, da pátria. Todos estão lá conscientes de que somos a origem do poder.
Lira será reeleito presidente da Câmara com apoio da esquerda
Arthur Lira, que também estava no Catar, ganhou apoio para ser reeleito presidente da Câmara, a despeito do que está escrito no artigo 57 da Constituição, que impede a reeleição para o período imediatamente seguinte, mas interpretaram a Constituição e ele pode se reeleger, tanto que Rodrigo Maia ficou um tempão. Lira ganhou o apoio do PT, do PV, do PcdoB, do PSB e mais dez partidos; está praticamente reeleito.
E o que isso demonstra? Que não existe nada de esquerda e de direita; só existe a oligarquia para receber os seus impostos, lidar com você como massa de manobra e satisfazer os seus desejos de poder. E isso não é de agora não; é de sempre. O livro A guerra brasileira, do reitor Alex Fiúza de Mello, mostra isso. Vocês viram Lula unido aos banqueiros, ou o milionário que emprestou o jatinho para ele ir ao Egito. Eles só querem o seu imposto e a sua liberdade de expressão também, como temos visto. Essa é a lição que podemos tirar disso.
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Senado vota PEC fura-teto e privilégio para juízes e promotores
O presidente do Senado, apesar de tantos problemas que estamos vendo, vai pôr em votação uma emenda à Constituição para aumentar o salário de juízes e promotores públicos, um quinquênio de 5%. Dizem que vai ser retroativo, e por isso alguns vão receber R$ 2 milhões. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é um advogado de muitas causas, e com isso está agradando juízes e promotores; será que isso é ético? Esse projeto parece que estava parado havia muito tempo, porque esse quinquênio foi eliminado lá atrás, e agora está voltando.
Esse é o nosso país... quando eu disse que as pessoas estão em manifestação para mostrar que o crime não compensa, é difícil. Lutamos contra esse mecanismo, essa oligarquia, que não tem nada a ver com esquerda ou direita, conceitos que eles usam para manipular as pessoas.
Também no Senado está o projeto fura-teto de emenda à Constituição. Esse furo do teto por quatro anos vai representar três vezes e meia que se economizou com a reforma da Previdência. Ou seja, vamos cavar um buracão. Juros baixos e inflação baixa são devidos ao equilíbrio fiscal, mas agora vai estourar tudo de novo: sobe a inflação, sobem os juros, a dívida externa... a dívida pública vai ter de aumentar, ou o governo imprime dinheiro ou imprime papel e joga no mercado, e assim a dívida vai superar o valor do PIB.
Falando nisso, saiu a arrecadação de outubro, com novo recorde: R$ 205 bilhões em arrecadação federal, e o superávit do governo central foi de R$ 31 bilhões em outubro. Essa é uma herança bendita.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos