Muita gente acha estranho que Lula e Alckmin estejam na mesma chapa, já que foram adversários em eleição presidencial, dizendo cobras e lagartos um do outro. Mas isso não é nada. O MDB, talvez o maior partido político, tem o “MDB Bolsonaro”, o “MDB Lula” e o “MDB Simone Tebet”. Que coisa, não? Parece que o partido está sem doutrina. Aliás, não passam de uma junção de letras, todos eles. Temos 32 partidos políticos nessa eleição e, se perguntarmos qual é o programa do seu partido, vão dizer mais ou menos a mesma coisa.
Agora, vejam o que está acontecendo no Amapá. O PL está junto com o PT, o partido de Bolsonaro está junto com o partido de Lula. E ainda tem o PDT, todos unidos para apoiar Clécio Luís, do Solidariedade, ex-prefeito de Macapá que já foi do PT, do PSol, da Rede. Quem ainda compõe a chapa é Davi Alcolumbre, do União Brasil, candidato ao Senado. Divertido, não?
Os que são de gerações passadas viram a volta de Leonel Brizola e a briga que foi porque ele queria refundar o PTB, que ficou com a Ivete Vargas, e Brizola acabou fundando o PDT. Pois não é que os dois estão juntos no Maranhão? Para o governo concorre Weverton Rocha, que é do PDT, e para o Senado vai Roberto Rocha, que é do PTB, sendo que ele apoia Bolsonaro e tem o apoio do PL, enquanto Weverton diz que gosta muito de Lula. O PT apoia o Partido Socialista Brasileiro para o governo e para o Senado, com o ex-governador Flavio Dino, que foi eleito pelo PCdoB, mas agora é do PSB; eles não querem mais falar a palavra “comunista” porque sabem que a maioria do povo brasileiro não quer saber de comunismo. É mais ou menos o que fez o Partido Comunista Brasileiro, que mudou de nome para Cidadania.
Quem ainda assiste aos debates?
No domingo que passou tivemos o debate dos candidatos a governador e ninguém ficou sabendo. Parece que não se deram conta de que a campanha política se deslocou, não é mais aquela campanha de antigamente, em que as pessoas ficavam grudadas na televisão. Eu fiquei sabendo do debate do domingo no jornal de segunda-feira, pelo menos no Distrito Federal. O debate em São Paulo, que poderia ser quente, Tarcísio contra Haddad, virou até brincadeira; Ricardo Salles, por exemplo, tuitou dizendo que o melhor do debate foi descobrir que Elvis não morreu.
Sete de Setembro é assunto para a prefeitura do Rio, não para o Supremo
E ainda estão discutindo sobre o Sete de Setembro... isso é assunto da prefeitura do Rio de Janeiro, embora o presidente tenha sugerido a Avenida Atlântica. Só acho que, em Brasília, não deveria ser no Setor Militar Urbano, porque fica um pouquinho longe. Já fizeram na Esplanada dos Ministérios e no Eixo Rodoviário Sul, que é um lugar maravilhoso porque tem bosque e sombra dos dois lados, e nessa época do ano é sol e secura em cima das pessoas.
Energia mais barata e deflação em julho
Para encerrar, tivemos reunião extraordinária do Conselho Administrativo da Itaipu Binacional, que inclui o Paraguai e os brasileiros. Como decisão, pela primeira vez em 13 anos vai baixar o preço da energia elétrica em 8,2%. Então, não é só a Petrobras que está baixando os seus preços, a Itaipu também.
E aí vem a consequência: a inflação já está negativa, o nome exato é “deflação”: -0,68%, a maior deflação desde 1980. Enquanto o mundo está com mais inflação e menos PIB, o Brasil está com mais PIB e menos inflação.
Guerra do álcool: tamanho do novo imposto opõe fábricas de cerveja e cachaça
70 mil trabalhadores e bilhões de dólares: rio da China é construção mais cara do mundo
Frases da Semana: “A população não está preparada para votar naquilo que é bom, bonito e agradável”
ONU afirma que sua base no sul do Líbano foi invadida por Israel
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião