Os prefeitos estão reunidos em Brasília pela 25.ª vez. É uma organização da Confederação Nacional dos Municípios. Eles se unem para ver se conseguem força. A Constituição já diz que o Brasil é uma república federativa, mas na prática não é. Em uma república federativa todo o poder vai para o município, que é o principal ente dessa federação. O prefeito e os vereadores é que sabem dos problemas, eles é que estão próximos dos problemas. O prefeito e os vereadores que estão mais próximos do seu patrão, do seu mandante, para cobrá-los. O deputado federal, o senador, estão distantes, mesmo que voltem para suas bases de vez em quando. Nem o deputado estadual está assim tão próximo. Mas estou em Brasília desde 1976 e sempre vi prefeitos virem aqui para implorar recursos. Recursos dos impostos pagos pelo município, porque não há nenhuma empresa que não esteja instalada em um município, nenhum cidadão que não more em um município. No entanto, os municípios recebem uma miséria.
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É hora de prestigiar o produto do Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul a situação se agrava, porque é preciso recompor aquilo que a água estragou, mas a arrecadação vai cair, por tudo que foi estragado, fechado, lojas fechadas, lavouras estragadas. Mas nem todas: o Rio Grande do Sul esperava colher 35 milhões de toneladas de grãos, e ainda conseguirá uns 25 milhões. O pior para o arroz nem foi a chuva, foi o governo federal – mais exatamente o presidente da República, que anunciou a importação de 1 milhão de toneladas de arroz e ainda isentou de imposto essa importação.
O presidente tinha falado em importar da Bolívia, do Evo Morales. Mas os arrozeiros do Rio Grande do Sul, que é o maior produtor do país, dizem que não precisa importar: quase 90% da produção de arroz já tinha sido colhida; esperavam um recorde de 7 milhões de toneladas de arroz. Na terça-feira houve um sinal no sentido contrário: a Conab suspendeu um leilão para importar 104 mil toneladas de arroz polido. Este é o momento de prestigiar os produtos gaúchos, que vêm de três anos de seca. O arroz de agora é uma colheita maior que a dos anos anteriores por causa da seca, segundo informações que recebemos de lá.
Alexandre de Moraes acha que sabe mais de ética médica que os médicos
O Conselho Federal de Medicina proibiu os médicos de fazer aborto em criança com mais de cinco meses de gestação. Mas o PSol entrou no Supremo e o ministro Alexandre de Moraes deu uma liminar derrubando a decisão do CFM, ou seja, dos médicos, que têm ética; que obedecem à Constituição, que fala no direito à vida; que obedecem ao Código Civil, que garante os direitos do nascituro desde a concepção. A lei não pune o aborto em casos de anencefalia, de risco de vida da mãe e no caso de estupro. Parece que o que está em jogo aí é o caso de estupro.
Como se faz isso? Dão uma injeção – eu não sei se é um derivado de sódio – no coração do bebê para matá-lo e depois tirar. É até triste lembrar uma coisa dessas. E terrível, porque isso nos lembra a Alemanha de Hitler. É com isso que estamos lidando; as pessoas que não conhecem história não sabem o que já foi feito lá no passado, ainda são poupadas desse tipo de comparação. Mas, enfim, é uma liminar, que ainda tem de passar pelo plenário do STF.
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