A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos virou ré no Supremo Tribunal Federal (STF). Ela não tem prerrogativa de foro, não é senadora, não é ministra de Estado, devia estar na primeira instância, mas está no Supremo. Ninguém consegue entender por quê. O STF aceitou a denúncia contra ela – que foi presa há 483 dias – por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.
A arma? Um batom de pintar os lábios. Abolição violenta do Estado de Direito? Ainda é preciso saber onde e como. Golpe de Estado? Não foi abolido o Estado de Direito, não houve golpe de Estado. Dano qualificado? Não restou nada do batom na estátua da deusa da justiça, da Têmis, porque lavaram logo. Talvez pudesse haver alguma acusação sobre direitos autorais, porque ela escreveu uma frase que se tornou famosa quando saiu da boca de um ministro de Supremo lá em Nova York, o “perdeu, mané”. Para comparar, Paulo Maluf, que foi condenado por crimes durante a prefeitura de São Paulo, pegou sete anos.
Kamala Harris escolhe vice ainda mais radical
Ainda estou chocado com o assassinato do Vinícius, com sete meses de gestação, e por isso me chamam atenção as declarações da candidata à presidência dos Estados Unidos Kamala Harris, declarando que a pessoa tem de ser muito woke, em referência a essa cultura esquisita que não consegue encontrar base na razão, na lógica. Agora, ela escolheu um vice: Tim Walz, ex-governador de Minnesota. Como governador, ele era pró-aborto, e assinou uma lei legalizando a maconha para fins recreativos no estado. É com isso que os americanos estão lidando.
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Militares venezuelanos esqueceram o dever de lealdade ao povo
E com que os venezuelanos estão lidando? O candidato da oposição, Edmundo González, foi declarado vencedor por Estados Unidos, Panamá, Argentina e Uruguai, que reconheceram o resultado divulgado pela oposição, que fez a leitura de 80% das atas, que davam 66% para González e só 30% para Nicolás Maduro. Mas o resultado oficial é outro: 52% para Maduro.
A oposição pediu para que os militares e policiais ficassem ao lado do povo e das famílias. Mas o general chefão dos militares, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, declarou absoluta lealdade a Maduro. É um erro de formação, um erro estratégico, movido por um casuísmo imediatista, porque o militar não tem lealdade a uma pessoa. Ele não aprendeu isso na academia militar. Ele deve lealdade à nação, aos valores da nação.
Os militares de Bangladesh não caíram nessa. Cansaram de manter no poder uma chefe de governo que está lá há 15 anos e que herdou o poder do pai. Permitiram que os estudantes entrassem no palácio e tirassem a primeira-ministra Sheikh Hasina de lá. Só a ajudaram a entrar no helicóptero e mandaram embora. Não ficaram o tempo todo no erro. Porque errar é humano, agora perseverar no erro é diabólico. Diz-se em latim: Errare humanum est, perseverare autem diabolicum.
Lula continua ignorando pedido de ex-presidentes latino-americanos
E Lula, será que está desprezando 30 ex-presidentes de fala espanhola da América Latina e o ex-primeiro-ministro da Espanha José María Aznar? Ele e ex-presidentes do México, do Peru, da Colômbia, da Argentina, do Paraguai, do Panamá e do Chile assinaram uma carta dizendo esperar que Lula se movimente para que haja democracia na Venezuela. Eles identificam Lula como protetor de Maduro, por isso fazem esse pedido. Até o momento em que fiz a gravação, não vi uma resposta de Lula. Talvez ele tenha pedido para alguém redigir algo em resposta, porque é preciso. O povo venezuelano – pelo menos a maior parte dele, dois terços – espera isso.
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