Há indicações de que a taxa básica de juros, a Selic, vai aumentar na semana que vem, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), porque há muita pressão inflacionária em cima. A Selic está em 10,5% e pode ir para 10,75%. E até o fim do ano pode subir mais ainda, porque depois virão as pressões inflacionárias naturais de fim de ano.
O Banco Central está de olho porque a meta da inflação é 3%, mas admite até 4,5%, e já está chegando perto disso. Então é preciso dar uma “arrochada”, porque o BC ganhou autonomia e independência para proteger a moeda e o crédito. Se não protege a moeda, ela se desvaloriza no nosso bolso. Recebemos 100 no início do mês, mas quando chega o fim do mês temos 95 e perdemos 5 para a inflação. É assim que funciona.
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Mais um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes no Senado
Tivemos a entrega de mais um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele é o campeão desses pedidos. Mas o presidente do Senado não tem prazo para botar isso em exame, não tem nenhuma exigência a esse respeito, isso é um problema. Se ele puser em discussão, aí começam a correr os prazos: uma comissão de 21 senadores tem dez dias para fazer ou não o indiciamento. Depois, o plenário decide se aceita ou não o indiciamento. Aceitando, o processo volta para a comissão, que tem mais dez dias para fazer a denúncia e convoca o indiciado para falar. Só depois ocorre o julgamento, que é presidido pelo presidente do Supremo. Isso é estranho: o presidente de um tribunal preside o julgamento de um integrante do mesmo tribunal.
E temos um problema, do qual eu já falei: artigo 52 versus artigo 102 da Constituição. O artigo 52 diz que compete privativamente ao Senado, aos senadores, julgar e processar os ministros do Supremo. E o artigo 102 diz que compete ao Supremo julgar os senadores. Temos um empate aí, duas forças que se neutralizam, se imaginarmos as leis de física. Eu já chamei atenção para disso. A estátua da Justiça que está na frente do Supremo não tem a balança, só tem a espada.
Esquerda promete trabalhar contra anistia aos perseguidos políticos
Nesta terça-feira a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados vai tentar votar um projeto de lei de anistia. A esquerda, como diz o deputado do PCdoB Orlando Silva, vai tentar obstruir a votação para não dar anistia a ninguém. E nem é questão de anistia, mas de anular o que começou nulo. Esse inquérito, que já tem 2 mil dias, começou no Supremo na mão de um juiz quando deveria ter começado por iniciativa do Ministério Público, na primeira instância. Mas o Supremo é o queixoso que abriu o inquérito e está investigando. Não faz sentido. É muito mais fácil, muito mais justo, muito mais condizente com o devido processo legal anular esses inquéritos todos.
Com que dinheiro as Forças Armadas vão ajudar nas eleições?
O presidente Lula está dizendo que assinou um decreto autorizando a Justiça Eleitoral a usar as Forças Armadas para proteger as urnas e as eleições. Mas isso custa dinheiro, e as Forças Armadas estão tão carentes de recursos que em muitos lugares está proibido até usar ar-condicionado, o elevador foi desativado, coisas assim. Ainda bem que nós não temos nenhum inimigo potencial, a não ser as incomodações com Nicolás Maduro – que não são nem incomodações, mas são preocupações sérias. Ainda bem que ele aliviou o cerco na embaixada argentina que está sob custódia do Brasil, porque o assunto estava muito sério, muito perigoso, muito sensível. Estava em cima do fio da navalha.
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