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Representando o cenário da música eletrônica na célebre lista da Forbes Under 30, o DJ e produtor mineiro KVSH de 27 anos de idade conversou com a Gazeta do Povo para contar mais sobre sua carreira e essa experiência. Eleito na categoria "música", Luciano Ferreira, nome por trás do projeto musical, proprietário da marca de produtos "KVSH STORE", da "Festa KRUSH" e da gravadora "Lemon Drops", conquistou mais de 400 milhões de streams no Spotify além das 61 milhões visualizações no Youtube.
O jovem ambicioso e empreendedor revelou um pouco mais sobre o que representa estar presente na seleta lista, sobre os aprendizados da sua jornada, sua intimidade com os fãs, sobre os números da indústria e sobre esse ano atípico pelo qual passamos, onde o produtor soube se reinventar e chegar ao patamar atual. Confira:
1. A Forbes Under 30 destaca os mais brilhantes empreendedores, criadores e game-changers abaixo dos 30 anos, que revolucionam os negócios e transformam o mundo a cada ano. O que ela significa para você no âmbito pessoal e profissional?
Para mim, representa que todo o esforço que eu fiz lá atrás deu certo, acertei em ter ido contra a maré e fugido de todos os paradigmas que a sociedade nos impõe e ter ido atrás do meu sonho. Quando eu era mais novo, por volta de uns 14 ou 15 anos, tinha medo de investir nesse projeto, justamente por achar que devemos seguir o padrão de estudar, trabalhar, ter uma família, e estar na Forbes agora mostra que ter investido na minha carreira eu escolhi o caminho certo. Estou muito feliz e realizado tanto pessoalmente como profissionalmente.
2. O Luciano Ferreira de 5 anos atrás acreditava que estaria neste patamar profissional hoje? Quais os principais aprendizados desta jornada?
O Luciano de 5 anos atrás não acreditava jamais que estaria nesse patamar hoje, mas eu acho que eu como artista e como pessoa, sabia que o caminho seria árduo e difícil para caramba. Eu sabia que era um caminho incerto, não tinha uma fórmula ou um manual para que isso acontecesse, mas eu estava disposto a encarar. Acho que o principal aprendizado de toda essa jornada é ter calma. Eu sempre falei para a galera, todo mundo quer que as coisas aconteçam da noite para o dia e infelizmente não vai acontecer. Os principais pontos que fazem uma carreira acontecer estão nas pequenas coisas e naquelas momentos que você está quase perto de desistir. Você está ali na luta, tentando diversas vezes e pensa 'cara, vou desistir', insiste em tentar mais um pouquinho, e tudo acontece. É ter calma e insistir no sonho, isso nunca vou parar de fazer.
3. Você tem um canal no YouTube que cada vez mais cresce, mostrando vlogs de turnê, cozinhando, reagindo às músicas que recebe. É também seu trabalho, mas de forma mais divertida e descontraída. Nesse sentido, como dividir o que é compromisso de trabalho e o que é momento de lazer sem ficar sobrecarregado?
O que eu mostro no meu canal do YouTube é literalmente a minha vida. Eu expus abertamente tudo o que vivo para todas as pessoas que me acompanham, tanto fãs como as mais próximas, nós temos até um exemplo disso que eu mostro realmente quem eu sou, o que eu faço, como, penso, e isso acabou atraindo muita gente, que gosta de viver esse lifestyle também, gosta de ver o que eu estou fazendo, e pessoas que não tem tantos amigos e acabaram encontrando uma comunidade dentro dos meus vídeos, nos comentários, grupos de whatsapp e afins. Sempre que eu faço um vídeo, eu faço porque sei que tem uma galera por trás que realmente gosta daquilo, gosta de interagir, é um momento especial na vida de quem está assistindo. Só de saber que eu estou alegrando que seja uma única pessoa, eu já fico muito feliz. E eu sei que como vivo essa vida de mostrar tudo para todos, meu trabalho virou lazer e meu lazer virou trabalho.
4. Um dos pilares da sua gravadora, senão o maior, está no conceito “less ego more noise”. Como conseguir manter uma mente saudável sem cair na competição do mercado musical, principalmente quando vemos comparações com relação aos números?
Acredito que os números atualmente viraram a base de tudo, mas eu foco sempre em não me apegar a isso. Virou uma competição, quem tem mais curtidas, quem tem mais plays, enfim. Mas a verdade é que ninguém começa com número gigantes, e é bom sempre lembrar disso. A minha gravadora por exemplo diz muito sobre não se apegar a isso, não é com os números que eu me preocupo. Eu me preocupo em dar voz a talentos que precisam ser escutados, os números são apenas uma consequência.
5. 2020: sem show, sem festa. Mas ao mesmo tempo, foi um ano com grandes conquistas e reconhecimento da sua carreira: entrou pra lista da DJ Mag, em 133º lugar; lançou sua gravadora e entrou para Forbes Under 30 Brasil. Como explicar tudo isso em um ano tão atípico?
Eu acho que essa é a pergunta mais difícil de todas. 2020 foi um ano onde tudo que a gente aprendeu a vida toda não servia para nada. Tivemos que nos reinventar, com um único propósito: tentar levar uma certa alegria para a vida das pessoas. Teve artista que fez muito, teve artista que não fez nada, alguns apareceram, outros sumiram, e eu para me ajudar, tanto a saúde mental e também tentar ajudar a saúde mental das outras pessoas, dei ao máximo em trazer as pessoas para perto de mim, criar minha comunidade, tentar juntar meus fãs, juntar essa galera que hoje eu chamo de família. Então, quando veio a notícia da Forbes e tudo o que aconteceu, foi a prova viva de que todo artista estava acostumado em só viver de show e a gente conseguiu provar que o artista só precisa de fãs e de que as pessoas estejam próximas a ele. O artista que depende de shows, empresário, rádios e afins, é só mais um. O artista que tem fãs, tem uma base e conquista independente de ter show ou não.