7 de setembro de 2021 promete entrar para a história. Um ano antes da celebração do bicentenário da Independência, o Brasil está prestes a reunir uma multidão jamais vista nas ruas no dia de maior celebração da Pátria. E isso sem os tradicionais desfiles militares e de escolas como chamariz.
É a indignação que move o povo para as manifestações deste 7 de setembro. Há um sentimento generalizado de revolta contra decisões, ordens e atos inconstitucionais que partem da Corte Suprema e inspiram outras esferas de poder, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Recentemente a Justiça Eleitoral, criada para cuidar de eleições e de disputas entre candidatos e partidos, interferiu na relação de uma empresa privada (YouTube) com seus usuários. O juiz corregedor do TSE, Luís Felipe Salomão, determinou a desmonetização de canais conservadores que ousaram questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Não à toa a tentativa de asfixiar financeiramente os produtores de conteúdo, calando suas vozes, deu mais fôlego para as manifestações de 7 de setembro, que já vinham sendo agendadas desde 1 de agosto, quando multidões estiveram nas ruas pedindo a aprovação da PEC do voto impresso auditável na Câmara Federal e foram ignoradas pelos deputados.
Além de duas grandes reuniões, em Brasília e São Paulo, dezenas de outras passaram a ser convocadas para as capitais e cidades do interior, mesmo as de pequeno porte, que não costumam registrar encontros de pessoas na rua para protestar contra atos políticos ou do Judiciário.
7 de setembro por liberdade e outras pautas
Neste 7 de setembro os brasileiros vão às ruas por muitos motivos, mas respeito às liberdades de expressão e de manifestação é o principal deles, já que a censura e as prisões arbitrárias, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do STF, escalonaram nas últimas semanas.
Neste domingo até pessoas que conversavam numa mesa de bar foram denunciadas à polícia apenas por terem falado mal do ministro. Alexandre de Moraes sequer estava presente, foram seus seguranças que registraram o boletim de ocorrência na delegacia, uma clara tentativa de intimidação para calar pensamentos divergentes. E isso quando crime de opinião sequer existe no Código Penal brasileiro.
Também por isso os manifestantes prometem levar muitos cartazes pedindo o impeachment de Alexandre de Moraes por descumprimento da Constituição, além de ativismo político durante a votação da PEC do voto impresso auditável na Câmara Federal semanas atrás.
Nada disso é permitido a juízes supremos e, ainda que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, responsável por colocar em votação pedidos de impeachment de ministros do STF, tenha rejeitado o útlimo deles, apresentado pela Advocacia Geral da União e assinado pelo presidente Bolsonaro, há vários outros aguardando análise.
O presidente do Senado, aliás, também deve ser pressionado por outro motivo: para que desengavete a outra Proposta de Emenda Constitucional que trata de voto impresso auditável. Esta foi aprovada por folgada maioria de votos pelos deputados federais em 2015, mas aguarda votação no Senado desde então.
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