Proxalutamida foi mais um dos remédios difamados durante a pandemia, junto com os médicos que pesquisavam o uso do medicamento em pacientes graves, internados com Covid-19.
Estudo recém-publicado, porém, prova que um dos hospitais em que o remédio foi usado (também como parte de pesquisa científica), teve três vezes menos mortes que a média nacional.
Convidei o infectologista e pesquisador Ricardo Zimerman para esta entrevista, por causa da divulgação desse outro estudo, feito por profissionais de saúde militares do Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre, Luis Carlos Zanandrea Contin e Grazieli Cardoso da Silva.
Zimerman foi um dos médicos pesquisadores que usaram o remédio em pacientes graves como parte de uma pesquisa, já concluída, com resultados surpreendentemente posivitos, ainda que pouco divulgados por boicote da mídia. A confirmação do trabalho estatístico de outros pesquisadores vem corroborar a eficácia do tratamento.
Os pesquisadores compararam a taxa de mortalidade de pacientes internados com Covid-19 no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre, de março de 2020 a janeiro de 2022, com o que ocorreu em outros hospitais e também com a taxa média de mortes no Brasil no mesmo período.
Equanto, em média, 38% dos pacientes internados com a doença no Brasil morreram, no hospital militar da capital gaúcha, que usou a proxalutamida em parte do período, a taxa de mortalidade foi de 12,6%, três vezes menor. Para ler reportagem completa sobre esse estudo estatístico clique aqui.
Proxalutamida: pesquisa e polêmica
A pesquisa feita no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre pelos médicos Ricardo Zimerman (RS) e Flávio Cadegiani (DF) foi autorizada pelos órgãos competentes. Chegou a resultados tão expressivos que, depois de revisada por pares e publicada, inspirou estudo semelhante nos EUA.
Mesmo assim, e apesar de todas as autorizações, inclusive dos pacientes que se dispuseram a testar o remédio quando estavam em fase inflamatória da doença, os dois médicos sofreram campanha de difamação tal qual seus colegas que defenderam tratamento precoce de pacientes logo nos primeiros sintomas. E viraram também alvo de investigação.
Uma procuradora da República do Ministério Público Federal (MPF-RS), entrou com uma ação civil pública contra eles, sem qualquer indício de fraude em pesquisa. A alegação é de suspeita de contrabando do remédio, apesar da autorização de importação concedida pela Anvisa.
No fim de agosto, Ziemrman e Cadegiani foram alvo de uma operação da política federal, tiveram as casas e clínicas reviradas, e celulares e computadores apreendidos. Ambos estão tranquilos a ponto de falar sobre a pesquisa com entusiasmo e sorriso no rosto, pela certeza de terem salvo centenas de vidas.
Confira a entrevista, em vídeo, em que Ricardo Zimerman comenta sobre a perseguição que ele e o colega Flávio Cadegiani vêm sofrendo, mas fala, especialmente, da alegria por terem salvado tantas vidas e descoberto a ação de um remédio eficaz no tratamento da fase aguda da Covid.
A proxalutamida pode vir a ajudar também no tratamento de outras doenças inflamatórias graves que atingem os pulmões. A entrevista com o Dr. Ricardo Zimerman, esclarecendo por que o remédio mostrou-se eficaz no tratamento de doentes graves de Covid, pode ser acessada clicando no play da imagem que ilustra este artigo.