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Daniel Lopez

Daniel Lopez

Jornalista e teólogo, autor de ‘Manual de Sobrevivência do Conservador no Séc. XXI’. É doutor em linguística pela UFF

Geopolítica cirúrgica

A nova arma usada por Israel para eliminar o líder do Hezbollah

Protesto em Teerã, capital do Irã, após morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah (Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH)

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Desde minha época de pré-vestibular, no final dos anos 90, eu escuto falar do Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto neste último dia 27 durante um ataque aéreo realizado pelas Forças de Defesa de Israel contra seu quartel-general em Beirute. Conclusão: ele durou muito tempo. Ou ele tinha um serviço de proteção poderosíssimo ou os esforços anteriores para eliminá-lo não foram bons o suficiente. Por isso, a pergunta que fica: por que somente agora conseguiram eliminá-lo?

Segundo uma matéria recente do New York Post, o ataque de Israel foi bem-sucedido devido a uma infiltração de espiões israelenses em toda a rede do terrorista, além da atuação de hackers, que durante anos acompanharam seus passo e finalmente conseguiram rastreá-lo até seu centro de comando subterrâneo.

Parece que Israel decidiu eliminar primeiro o Hamas, depois o Hezbollah, para somente então partir para cima do Irã

Porém, para destruir seu bunker, foi necessário o uso de uma nova arma: 80 toneladas de bombas de explosão de bunkers especialmente projetadas para destruir a base do líder libanês. Os artifícios possuíam detonação cronometrada, que permitiu atingir níveis mais profundos no subsolo. O esconderijo de Nasrallah ficava a quase 20 metros abaixo da superfície, e as explosões foram tão fortes que derrubaram 6 prédios ao redor. Alem disso, os hackers invadiam as câmeras de segurança nas ruas do Líbano e conseguiam acessar até mesmo o hodômetro dos veículos utilizados pelo grupo. Por vezes, eles extraíam informações do celular das esposas dos terroristas.

A autorização para o bombeio foi dada desde Nova York, onde o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu estava para seu discurso nas Nações Unidas. Isso me lembrou muito o discurso que ele fez no dia 22 de setembro do ano passado na ONU, quando apresentou o “Novo Mapa do Oriente Médio”, que gerou revolta na plateia por não mostrar a Faixa de Gaza nem a Cisjordânia. Ele foi acusado de querer eliminar o território palestino. A acusação foi reforçada quando Israel invadiu a Faixa de Gaza após as atrocidades dos ataques do Hamas no dia 7 de outubro do ano passado.

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Curiosamente, na palestra deste ano na ONU, Netanyahu mostrou novamente o tal “Novo Mapa do Oriente Médio”. Mas, desta vez, o título do mapa foi mudado para “The Blessing” (ou seja, “A Benção”). Depois ele mostrou outro mapa, com o nome de “The Curse” (“A Maldição”), mostrando a rede de terror criada pelo Irã e seus representantes. Ele conclamou o mundo a apoiar o projeto israelense e a rejeitar o regime tirânico do Irã.

Assim como os EUA parecem ter imaginado que seria mais derrubar primeiro o regime russo antes de atacar a China, parece que Israel decidiu eliminar primeiro o Hamas, depois o Hezbollah, para somente então partir para cima do Irã. Pra meio da fala de Netanyahu na ONU, parece ser este o plano. Aguardemos as cenas do próximo capítulo.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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