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Daniel Lopez

Daniel Lopez

Jornalista e teólogo, autor de ‘Manual de Sobrevivência do Conservador no Séc. XXI’. É doutor em linguística pela UFF

Geopolítica Preditiva

Hillary faz uma previsão tenebrosa para o final de outubro

Ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton na Convenção Nacional Democrata (DNC) no United Center em Chicago, Illinois, em junho (Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE)

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Chegamos a outubro. E sempre que se inicia o décimo mês em anos de disputa pela Casa Branca precisamos ficar de olhos super abertos. Isso porque não há nada mais certo do que a famosa “surpresa de outubro”, aquele evento atípico que sempre acontece às vésperas da eleição presidencial nos EUA, marcado para o início de novembro. Portanto, a pergunta que fica é: qual será a surpresa de outubro deste ano?

Uma matéria recente da Fox News tentou responder a pergunta. Segundo o texto, a surpresa estaria relacionada aos furacões que têm assolado os Estados Unidos. Porém, a matéria não segue na linha das teorias de que as tempestades seriam propositalmente criadas por equipamentos bélicos meteorológicos com o fim de destruir a Flórida, para prejudicar o eleitor conservador da região, e também para destruir as cidades montanhosas da Carolina do Norte, para que a maior reserva de lítio do mundo situada naquela região – tão importante para as baterias elétricas – pudesse ser explorada sem a oposição dos moradores locais.

Muitos, de ambos os lados do espectro ideológico, estão dizendo que esta pode ser a última eleição dos EUA. É um cenário tenebroso, extremo, como o apresentado no filme recentemente lançado Guerra Civil

A matéria da Fox argumenta que a surpresa de outubro seria, na verdade, a reposta falha do governo federal ao caos gerado pelos furacões Helene e Milton. Segundo o texto, a Casa Branca mentiu sobre a FEMA (a Agência de Gestão de Emergências dos EUA) ter gastado boa parte de suas reservas com a questão dos imigrantes e, por isso, argumentar que os fundos poderiam não ser suficientes para ajudar nas destruições causadas pelos furacões. A Fox levantou a hipótese de que o esforço tardio na ajuda relacionada às tempestades poderia ser proposital, com o fim de atrapalhar os apoiares de Donald Trump de participar da eleição nos EUA. Por isso, a matéria defende que “para a campanha de Harris, foi a tempestade perfeita”.

Eu creio que ainda há mais coisas escabrosas por vir. Lembrando que muitos, de ambos os lados do espectro ideológico, estão dizendo que esta pode ser a última eleição dos EUA. É um cenário tenebroso, extremo, como o apresentado no filme recentemente lançado Guerra Civil, em que uma guerra civil eclode nos EUA após um presidente (parecido com o Trump) usurpar o poder, iniciando um terceiro mandato, extinguindo o FBI e usando a Força Aérea contra a própria população. Tomara que seja apenas um filme e não uma programação preditiva.

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Porém, o próprio Elon Musk defendeu recentemente essa ideia de que, se Trump não vencer, esta será a última eleição da história dos EUA. É por esta razão que acredito que mais coisas estranhas acontecerão. E quem ofereceu uma segunda hipótese para qual seria a real surpresa de outubro deste ano foi a própria Hillary Clinton. E quem realizou uma interessante análise sobre esta misteriosa fala foi o analista de mídia Greg Reese, em um vídeo publicado recentemente.

Ele retomou uma fala recente de Hillary numa entrevista no programa da PBS “Firing Line with Margaret Hoover”, no último dia 27 de setembro deste ano (a partir do minuto 22:22 do vídeo). A presenteadora perguntou: “O que você vê acontecendo em um futuro próximo e que deveríamos levar mais a sério?”. Hillary respondeu:

“Eu prevejo que algo acontecerá em outubro, como sempre acontece. Prevejo que haverá uma imprensa judicial completa em outubro. As ondas digitais serão preenchidas. E por que isso importa? Porque a imprensa, que é pró-Trump, traz muitas vezes histórias que são transmitidas digitalmente e depois captadas, digamos, pela Fox e outros. E então a grande imprensa noticia sobre elas. E então essa história ganha vida própria. Haverá esforços concertados para distorcer e perverter Kamala Harris, quanto a quem ela é, o que ela representa, o que ela fez. A história maluca sobre eu comandar uma operação de tráfico de crianças no porão de uma pizzaria”.

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Neste momento em que foi citada a infame história que ficou conhecida como “Pizza Gate”, a plateia começou a rir. Mas Hillary ficou irada e disse:

 “Não riam. Não riam. Foi uma história enorme. Muitas vezes começa online na dark web. Ele migra. É captado pela mídia pró-Trump. Em seguida, é relatado por todos os outros, o que garante que tenha cerca de 100% de cobertura e que as pessoas acreditem. Então não sei o que será, mas teremos que trabalhar muito, muito duro para garantir que isso seja exposto como a mentira que é".

Greg Reese conclui que ela estava se referindo ao caso Sean Combs, também conhecido como P. Diddy. Ele interpretou a fala de Hillary como se ela estive prevendo que a surpresa de outubro deste ano será uma tentativa de ligar o caso de Combs com a figura de Kamala Harris.

Será que teremos em 2024 um “Pizza Gate 2.0” contra Kamala Harris? Eu imagino que, se realmente os republicanos tentarem levantar essa hipótese, os democratas tentarão associar Trump ao caso Jeffrey Epstein. Pode ser que a reta final da disputa pela Casa Branca se transforme numa baixaria sem precedentes. Vamos ficar de olho no que está por vir. Lembrando que a mídia especializada dizia em 2016 que Hillary tinha 90% de chances de vencer Trump. E, para ela, foi essa história do Pizza Gate que reverteu as previsões de deu a vitória ao bilionário.

E você? Qual você acha que será a surpresa de outubro deste ano? Deixe sua opinião nos comentários.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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