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Na última terça-feira (14), ou seja, poucos dias antes da posse de Donald Trump, uma conversa no PBD Podcast trouxe uma reflexão muito preocupante sobre a mensagem de despedida do conselheiro de Segurança Nacional da gestão Joe Biden. Jake Sullivan disse o seguinte:
“Apenas gostaria de dizer uma última palavra, que é: espero que esta seja minha última vez neste pódio, pelo menos por um tempo. Não quero dizer isso num sentido negativo. Quero dizer que a única coisa que me traria de volta seria um evento inesperado nos próximos dias, o que, como todos vocês sabem, é totalmente possível, com base no que temos visto ao longo dos últimos anos”.
A princípio, parece apenas uma mensagem de despedida padrão. Porém, quando analisamos com mais cuidado, trata-se de algo completamente impertinente quando dito por ninguém menos que o secretário de Segurança Nacional do país mais poderoso do mundo. Com todo o aparato de segurança à sua disposição, junto aos mecanismo de inteligência e toda a tecnologia capaz de evitar infortúnios, esperava-se que ele dissesse algo como: “Nada irá acontecer, pois estamos seguros. Temos milhares de homens altamente qualificados, com as melhores tecnologias do planeta e trabalhando 24 horas para garantir a segurança de nosso querido país. Garantimos que todos que virão à capital para a posse no dia 20 estarão seguros e podem ter a certeza de que nada excepcional acontecerá”.
Mas não foi isso que foi dito. Pela maneira como ele colocou as palavras, parece insinuar que algo irá acontecer e que ele terá que retornar para conversar mais uma vez com os jornalistas. Lembrando que esse briefing realizado por Sullivan na Casa Branca acontece uma vez por semana. Como hoje faltam apenas três dias para a posse de Donald Trump, provavelmente esta foi sua última aparição. Ou não…
Torço para que não aconteça nada, mas parece que a gestão Biden guardou uma surpresa para os dias finais. Sigo esperando o melhor, mas me preparando para o pior
Não podemos esquecer que estamos falando do principal conselheiro do presidente dos Estados Unidos em todas as questões de segurança nacional. Ele participa das reuniões do Conselho de Segurança Nacional e preside reuniões com o secretário de estado e o secretário de defesa. Ele possui uma equipe enorme, que oferece a ele briefings e pesquisas sigilosas que, em seguida, são apresentas pessoalmente para Biden. Tendo em vista o enorme volume de informações sensíveis às quais ele tem acesso, falas como essas deixam um ar tenebroso. Talvez seja esse mesmo o objetivo: criar medo e insegurança na véspera da posse do novo presidente. Talvez uma operação psicológica orquestrada. Deus queira que não.
Porém, quando associamos essa fala com pronunciamentos recentes do diretor do FBI da gestão Biden, as coisas ficam ainda mais estranhas. Num trecho de uma entrevista para o prestigiado programa 60 Minutes, publicado no último dia 12, Christopher Wray afirmou que a China possui “células adormecidas” (agentes infiltrados) em todos os Estados Unidos, que estariam estrategicamente posicionadas em áreas relacionadas à infraestrutura crítica, esperando o momento certo para “causar estragos”. Ele acrescentou que os chineses já inseriram malwares em instalações de tratamento de água, sistemas de transporte, redes elétricas, gasodutos e sistemas de telecomunicações dos Estados Unidos. Parece cenário do filme O Mundo Depois de Nós, que já analisei aqui, e que curiosamente foi produzido pela Higher Ground Productions, fundada por Barack e Michelle Obama.
É realmente inacreditável escutar isso do diretor de uma das instituições mais poderosas do mundo. Se eles têm acesso a esse tipo de informação, por que ainda não interromperam? Como foi possível isso acontecer? Quem é o responsável? Lembrando que Wray é diretor do FBI há nada menos do que oito anos, desde o dia 2 de agosto de 2017. Por que não fez nada até agora? Passa a impressão de que há uma conivência, ou uma negligência proposital. Parece que eles querem que isso aconteça. Mais uma vez, passa a ideia de que há o interesse de gerar medo e pânico nessa véspera da posse de Trump.
No dia 9 de abril do ano passado, a ABC News publicou uma matéria com o seguinte título: Perigo de ataques terroristas estrangeiros nos EUA 'cada vez mais preocupantes', diz diretor do FBI. O subtítulo é ainda mais elucidativo: “O aviso vem quando os especialistas preveem que o ISIS tentará realizar um ataque nos EUA”. A matéria favorece a interpretação de que eles já estão sabendo de algo que irá acontecer, mas não estão fazendo o suficiente para impedir, pois o objetivo seria exatamente liberar o caos para tumultuar a posse e a gestão de Trump.
Parece uma ideia louca, mas quando nos lembramos que a gestão Biden acabou permitindo a entrada de uma série de pessoas associadas ao terrorismo, o pensamento fica menos insano. Esta pelo menos foi a tese levantada numa audiência no dia 19 de setembro do ano passado por August Pfluger, que é o presidente do Subcomitê de Segurança Interna sobre Contraterrorismo, Aplicação da Lei e Inteligência da Câmara dos EUA. No evento, Pfluger realizou uma série de declarações pesadas sobre as ameaças terroristas à pátria como consequência da histórica crise da fronteira iniciada pela gestão Biden-Harris. Ele defendeu que Biden intencionalmente deixou os EUA vulneráveis a ataques terroristas. É uma afirmação contundente, mas devidamente comprovada com sólida base factual. Ele concluiu sua fala dizendo o seguinte:
“De acordo com os dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, desde o ano fiscal de 2021, 382 estrangeiros na lista de vigilância terrorista foram pegos cruzando ilegalmente nossa fronteira sudoeste, e pelo menos 99 estrangeiros ilegais na lista de observação foram liberados para os Estados Unidos pelo DHS entre os anos fiscais de 2021 e 2023.
E isso não é tudo. De acordo com relatos da mídia, o Departamento de Segurança Interna identificou mais de 400 estrangeiros ilegais de países da Ásia Central e de outros lugares que cruzaram para os Estados Unidos por meio de uma rede de contrabando humano afiliada ao ISIS.
Oito indivíduos do Tajiquistão foram presos sob acusações de imigração nos Estados Unidos após a descoberta de potenciais laços com o terrorismo. Esses oito suspeitos de terrorismo foram capazes de enganar a Alfândega e entrar livremente nos Estados Unidos sem nenhum problema. Na verdade, pelo menos um desses indivíduos usou o vergonhoso aplicativo CBP One para entrar no país.
Ultimamente, parece que histórias como essas são quase uma ocorrência diária, mas a administração Biden-Harris continua a tornar mais fácil para os imigrantes ilegais não examinados cruzarem nossa fronteira e viverem e trabalharem nos Estados Unidos.
Quantos mais maus atores ou suspeitos de terroristas fazem parte dos quase dois milhões de meliantes conhecidos que provavelmente vivem em sua cidade natal. Ninguém sabe. E eu rezo para que não descubramos da maneira mais difícil”.
Realmente o cenário fica estranho quando comparamos essas declarações com a mensagem de despedida do conselheiro de Segurança Nacional e com a entrevista recente do diretor do FBI. Torço para que não aconteça nada, mas parece que a gestão Biden guardou uma surpresa para os dias finais. Sigo esperando o melhor, mas me preparando para o pior.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos