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O último censo do IBGE revelou que chegamos a 1,57 de taxa de natalidade. Se 2,1 filhos por mulher é considerado o mínimo para a manutenção de uma cultura, o nível a que chegamos é extremamente preocupante e deveria colocar esta pauta como prioridade na política de nossos governantes.
Dentre a imensa multiplicidade de fatores que resultaram nessa ínfima taxa de natalidade, neste artigo vamos nos fixar em apenas um deles. Não se sabe se há como quantificar a culpa que pode ser atribuída a este (ir)responsável, mas a verdade é que devemos reputá-lo como um dos maiores culpados pelo estado de coisas que estamos vivendo.
Para a surpresa de alguns, esse alguém não é nada menos do que o homem, o ser humano do sexo masculino.
Por favor, não nos xingue de “politicamente correto” e outras palavras impublicáveis...
Antes que vocês deixem de continuar a leitura do artigo, não pensem que nos rendemos ao mote feminista de jogar a culpa de tudo nesse tal “opressor histórico”.
Também devemos assinalar que temos plena consciência de que não só o homem, mas toda a humanidade passou por uma intensa mudança de comportamento desde que a pós-modernidade tirou o foco de Deus e o deslocou para o ser humano.
Verdades que até então eram tidas como absolutas passaram a relativizadas e isto é decorrência dessa crescente autonomia e subjetividade humanas.
Sabemos, ainda, que não só o homem, mas toda a geração atual, cada vez mais, se afasta de compromissos de longo prazo, com formação de laços afetivos, partilha de responsabilidades e objetivos comuns. Casar-se, constituir família e ter filhos não parece mais ser o propósito de vida de todo mundo...
Mas o homem, nesse caso específico, merece um puxão de orelha, pois há um fato que não tem como negar.
A não ser nas grandes guerras e pragas da humanidade, vemos que nunca houve na história um momento em que tantas crianças tenham sido criadas sem a figura de um pai, tal como vem ocorrendo nos dias de hoje.
Está havendo uma debandada masculina da paternidade. Falta homens de verdade, homens que tenham saído da eterna puberdade (que hoje está sendo regra) e que se coloquem como responsáveis por seus atos e por suas escolhas.
Homens que realmente tomem suas mulheres como suas e as respeitem como tais, que não temam assumir o compromisso de formar uma família e todas as responsabilidades daí decorrentes.
É um absurdo o que estamos vivendo. Nos últimos três censos, nota-se que o arranjo familiar que mais cresceu é o monoparental chefiado por mulher. Nessa condição, ter um único filho que seja já pode ser visto como um ato de heroísmo dessas mulheres pois, se educar uma criança a dois já é muito complicado, imagine ser mãe, provedora, educadora, cuidadora e tantos outros mil “oras” que são atribuíveis à pessoa que tem sob sua responsabilidade a formação de um filho...
Deste terrível fato, resulta um outro problema: por estarem sendo criadas sem a figura do pai, estas crianças perdem a referência masculina, a qual é extremamente importante à integral formação do caráter.
Distúrbios emocionais, insegurança, tibieza e depressão podem ser resultantes da ausência do pai na formação da pessoa e isso pode até mesmo explicar esse crescente repúdio à figura do homem em nossa sociedade.
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Hoje, a rejeição da paternidade vem se apresentando como o maior problema das famílias e de toda a sociedade
Temos que encontrar meios de ajudar o homem a se reencontrar e esse caminho passa, necessariamente, pela cura da paternidade.
Precisamos urgentemente recriar o senso de responsabilidade e reavivar nas crianças a beleza de ser família.
Salvando o homem, mulheres e crianças também o serão e nossas famílias, certamente, voltarão a ter a configuração de antes, com taxas de natalidade dignas de um povo que tem orgulho de sua cultura e que a quer viva.
Dois, quatro, seis, oito, dez ou tantos quanto possíveis... do próprio sangue ou adotados, ter filhos é uma benção que clama por um redescobrimento social deste dom.




