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Deltan Dallagnol

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Justiça, política e fé

Redes sociais

Censura: governo Lula coloca Brasil em rota de colisão com Trump  

O advogado geral da União, Jorge Messias. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

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Com quantas ONGs de esquerda se faz uma audiência pública sobre as novas políticas de moderação da Meta? As ONGs precisam, é claro, ser adeptas do identitarismo woke e do progressismo, militantes de esquerda e agências de checagem formadas por jornalistas que, no Brasil, são na sua imensa maioria - mais de 80% - de esquerda. E a resposta é: com muitas! Basta ver a lista de participantes da audiência pública desta quarta-feira (22), realizada pela Advocacia-Geral da União (AGU) lulista.  

Entre as 41 entidades convidadas, estavam as agências de checagem Aos Fatos e Lupa, o grupo de cancelamento Sleeping Giants e ONGs LGBT+, como a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Intersexos e a Associação Nacional dos Travestis e Transexuais. Muitas dessas organizações receberam doações de ONGs globalistas, como a Open Society de George Soros, ou dólares democratas do governo pró-censura de Joe Biden. 

Tão curiosas quanto as presenças foram as ausências: na hora da audiência, todas as big techs convidadas, como Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), X (ex-Twitter) e Alphabet (dona do Google e do YouTube), simplesmente não compareceram. Isso representou, sem rodeios, uma verdadeira humilhação para o governo Lula, especialmente para o principal executor da audiência, Jorge Messias, encarregado por Lula de instrumentalizar a Polícia Federal e a AGU contra a oposição e qualquer crítico do governo.  

Além do vazio deixado pela ausência das maiores interessadas – as donas das plataformas de redes sociais –, chamou atenção o fato de que o governo Lula não teve coragem de convidar sequer uma entidade evangélica ou liderança cristã, defensora da liberdade de expressão religiosa e da moralidade judaico-cristã nos costumes e na sexualidade. E sua presença seria extremamente importante porque pastores e padres têm sido alvos preferenciais da censura em tempos recentes. Além disso, Lula tem feito um discurso de aproximação com evangélicos - que, como se vê, não passa de palavras vazias.

Isso representou, sem rodeios, uma verdadeira humilhação para o governo Lula

A ausência das big techs na audiência foi um recado contundente, com pelo menos duas mensagens claras para Lula e seu governo de ministros analógicos e desorientados, que acumulam derrotas para a direita nas redes sociais.  

O primeiro recado: vivemos um novo momento, em que Donald Trump voltou à presidência dos Estados Unidos, mais poderoso e vingativo do que nunca. Nesse cenário, Elon Musk, dono do X, é aliado de Trump, e outros gigantes como Jeff Bezos (Amazon) e Mark Zuckerberg (Meta) marcaram presença na posse presidencial de Trump em lugares de honra no último dia 20 de janeiro. No mesmo contexto entra o abandono crescente da agenda woke, que empresas ao redor do mundo têm descartado sem piedade. O pêndulo virou. 

O segundo recado é que as big techs, fortalecidas por uma aliança inédita com o novo governo Trump contra a censura global e regulamentações autoritárias, não aceitarão ser as palhaças no circo armado pelo governo Lula. A sua ausência sinaliza que não legitimarão a farsa da audiência pública, cujo objetivo não é debater políticas públicas, mas validar um resultado pré-definido pelo governo – uma regulamentação das redes que equivale à censura.  

A questão agora é: o governo Lula seguirá no seu plano de regulamentar as redes sociais, alheio à gigantesca mudança política global que estamos vivenciando desde meados de 2024? Não se trata apenas do “efeito Trump”, expressão que viralizou para se referir ao impacto indireto, em várias esferas da vida, dos posicionamentos e políticas do chefe de Estado mais poderoso do mundo. O abandono da agenda woke e o repúdio à censura, ao autoritarismo e às políticas de esquerda nunca foram tão fortes.

A sua ausência sinaliza que não legitimarão a farsa da audiência pública

Até a Disney, outrora o símbolo máximo do identitarismo woke, dá sinais de mudança, conforme mostrou uma matéria do jornal L.A. Times em dezembro do ano passado. Um exemplo foi a decisão de remover a história de uma atleta transgênero de uma nova animação da Pixar. A razão? Simples bom senso: certos temas não são apropriados para o público infantil e cabe aos pais decidir quando e como abordá-los, ao invés de terem que engolir a doutrinação woke durante uma sessão de cinema em família. 

Caso o governo Lula escolha seguir em frente, que ao menos preste atenção nisto: o Secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, deixou claro em comunicado global para as embaixadas e consulados americanos que as prioridades do novo governo americano incluem o combate à censura e à agenda woke, além da autossuficiência energética e o controle da imigração ilegal. Assim, a insistência do governo Lula na regulação das redes coloca o Brasil em rota de colisão com os Estados Unidos. 

Fontes diplomáticas brasileiras, tanto reservadas quanto públicas, afirmam que o governo Lula não possui nenhum canal de comunicação de alto nível com o governo Trump, nem sequer uma relação protocolar. A distância entre os dois governos é abismal, o que só prejudica o Brasil. Questionado sobre a relação dos Estados Unidos com o Brasil e a América Latina, Trump disse: “Nós não precisamos deles, eles precisam da gente”. 

Se o governo Lula não ajustar seu rumo, começará sua relação com os EUA com os dois pés esquerdos – e, como sempre, quem pagará o preço será o povo brasileiro, que será mais uma vez vítima do autoritarismo no campo da liberdade de expressão e da incompetência diplomática do governo Lula.

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