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Entrelinhas

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Notas sobre política e variedades. Edição: Mariana Braga (marianam@gazetadopovo.com.br)

Bolsonaro dá “xeque-mate” estratégico em SP e se afasta da imagem de “extremista”

(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Fontes próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro indicam à coluna Entrelinhas que o político, ao se posicionar estrategicamente como aliado de Ricardo Nunes (MDB-SP), reeleito prefeito da cidade de São Paulo, conseguiu reafirmar sua liderança na direita, afastando-se da conotação de “extremista”. Bolsonaro teria recomendado aos seus assessores como "leitura obrigatória" uma análise específica da eleição, que sugere que, em sua visão, o candidato de “extrema-direita” na disputa teria sido Pablo Marçal (PRTB-SP).

O texto é da articulista Marta Nobre, do portal Notibras, e a análise aponta que há indícios de que o Partido dos Trabalhadores (PT), surpreendido pela vitória de Nunes, começou a rever sua estratégia ao perceber que Bolsonaro desempenhou um papel crucial na condução dos resultados. Segundo a análise, ao se distanciar estrategicamente do apoio ostensivo a Marçal e ao extremismo, Bolsonaro criou um cenário favorável ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) do prefeito reeleito, permitindo que eleitores mais moderados optassem por Nunes sem resistência. Essa divisão do campo conservador, segundo a analista, teria favorecido Nunes e Bolsonaro teria atuado como "grande jogador".

O artigo de opinião afirma que Bolsonaro foi estratégico ao permitir que sua base mais radical migrasse para Marçal. Ao mesmo tempo, ele teria mantido sua influência entre os conservadores ao ensaiar um possível apoio ao então candidato do PRTB, sem comprometer sua imagem junto ao eleitorado tradicional de Nunes. Essa intervenção teria sido, portanto, o "xeque-mate" necessário para a vitória do prefeito à reeleição. Embora o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), seja visto como vitorioso ao lado de Nunes, a análise indica que Bolsonaro ainda possui maior habilidade de moldar resultados eleitorais a seu favor.

Apesar de indicar a leitura e analisar essa visão das eleições paulistanas, Jair Bolsonaro teria dito à sua equipe que não se considera “tudo isso”. Na ocasião, ele relembrou que conheceu “o perigo” das narrativas de esquerda em 1970, após o assassinato do Tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Júnior por membros da Vanguarda Popular Revolucionária, o que, segundo ele, teria “aberto seus olhos” para a passagem bíblica de João 8:32: ‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’”.

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Conteúdo editado por: Mariana Braga

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