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Em mensagem enviada a parlamentares da Oposição na manhã desta quinta-feira (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou esperanças de que o novo presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) coloque em votação o projeto de lei da anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro. Bolsonaro compartilhou um recorte de entrevista do presidente da Câmara à Bandnews, divulgada pelo Jornal O Povo Online, destacando a frase: "Não posso ignorar pauta do maior partido da Casa, o PL". O ex-mandatário interpretou a declaração como um aceno positivo ao pedido do Partido Liberal para pautar a anistia. "Essa pauta humanitária faz alegrar os nossos corações", escreveu Bolsonaro aos deputados. Ele afirmou que tem dialogado com parlamentares de outras legendas e que "todos comungam do mesmo sentimento".
Em seguida, Bolsonaro demonstrou otimismo e elogiou o novo presidente da Câmara na mensagem: "Orgulho ainda do jovem Hugo Motta, cabra da peste, que em boa hora assumiu a presidência da nossa Câmara dos Deputados". Opositores querem que os presos sejam responsabilizados apenas por depredação de patrimônio público, e não por "atos antidemocráticos" ou tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.
Apesar da leitura positiva de Bolsonaro sobre a fala de Motta, o presidente da Câmara já indicou que a "pauta de costumes" não será prioridade nesta gestão. Nesta mesma entrevista mencionada por Bolsonaro, ele afirmou que pretende ser um presidente "muito moderado" e que não tomará decisões "repentinas". Segundo Motta, “um projeto tão polêmico poderia atrapalhar o relacionamento que deve sempre existir de forma respeitosa entre Legislativo, Judiciário e Executivo”. "Esses assuntos que são ainda mais delicados, vamos agir com ainda mais calma", declarou.
O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) defende que a anistia seja pautada mesmo sem garantia de votos suficientes. Outros parlamentares, no entanto, avaliam que é necessário articular melhor para garantir a aprovação e reparar o que consideram injustiças. A pressão da Oposição sobre Motta, no entanto, deve continuar, bem como as articulações para a aprovação do texto.
Conteúdo editado por: Mariana Braga





