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O deputado Nicoletti (União-RR) destacou à coluna Entrelinhas riscos econômicos e energéticos da medida do governo Lula que garante importação de energia elétrica da Venezuela para abastecer o estado de Roraima. O governo autorizou, por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (18), que a empresa Infinity Comercializadora de Energia Ltda. faça esse trabalho com outras três geradoras habilitadas, como a Âmbar Energia, dos irmãos Batista, a Bolt, a Eneva e a Tradener.
A autorização prevê que a importação seja feita pelo Linhão de Guri, ainda dependente de reparos e novas aprovações regulatórias.“Não podemos permitir a aquisição de energia oriunda de uma usina como a de Guri, que oferece um serviço precário, com custo altíssimo, apenas para apoiar a ditadura comunista de Maduro. Isso é um desrespeito com a sociedade brasileira”, avaliou.
Prevendo que o governo tentaria restabelecer esse tipo de contrato com a ditadura de Maduro, o deputado apresentou no ano passado o PL 2.853/2023, que exige autorização do Congresso Nacional para compras de energia de outros países, e também o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 214/2023, para proibir a compra de energia da Venezuela. “É importante impedir o uso político e ideológico da importação de energia para beneficiar ditaduras”, reforçou. Ele teme, no entanto, que não haja apoio suficiente na Casa para aprovação dos textos.
Desde 2019, Roraima é abastecida exclusivamente por termelétricas, após o governo Bolsonaro interromper o fornecimento de energia venezuelana devido a apagões e tensões diplomáticas com o regime de Nicolás Maduro. Apesar da autorização, não há confirmação de retomada imediata da compra de energia. Além disso, as obras do Linhão de Tucuruí, que prometem integrar o estado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), só devem ser concluídas em 2025. O governo federal avalia que a retomada do fornecimento da Venezuela pode compensar parte da dívida do país vizinho com o Brasil.
Nicoletti defendeu o investimento do governo em obras, como o Linhão de Tucuruí, como solução definitiva para a segurança energética de Roraima. “A população tem sido muito prejudicada pela insegurança energética. Estamos empenhados em trabalhar incansavelmente para evitar esse retrocesso”, concluiu o parlamentar.
Conteúdo editado por: Mariana Braga