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O deputado federal Luiz Lima (PL-RJ) concedeu uma entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas nesta semana, durante sua viagem aos Estados Unidos no recesso parlamentar de carnaval. Ele falou sobre a importância da atuação de seu colega de partido e de Câmara Federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com o presidente americano, Donald Trump. Lima destacou o papel de Eduardo ao refletir sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encaminhar à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de análise e parecer que prevê a apreensão e retenção do passaporte do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O STF recebeu duas notícias-crimes, apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e pelos deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rogério Correa (PT-MG). Eles denunciam Eduardo por supostamente conspirar contra o Brasil, por meio de articulações políticas internacionais. Na entrevista, Luiz Lima, que é um parlamentar próximo ao ex-presidente, também abordou outras práticas da Suprema Corte e a preparação da direita para as eleições de 2026.
Eduardo Bolsonaro no exterior
Para o deputado Luiz Lima, a habilidade de Eduardo Bolsonaro de se comunicar bem em inglês e a sua capacidade de "manter a autenticidade" o tornam um interlocutor valioso com os Estados Unidos. "A participação de Eduardo é fantástica", avaliou Lima. Ele destacou a importância do colega na construção de uma rede de amizades nos EUA, especialmente com a família Trump e com Elon Musk, e na disseminação de "informações reais sobre o Brasil".
Segundo o entrevistado, a presença de Eduardo tem grande relevância não apenas na política americana, mas também no fortalecimento da imagem do Brasil no cenário internacional. Lima lamentou a possibilidade de o colega de partido perder o direito de acesso aos EUA. "Eduardo tem se dedicado muito a isso, levando fatos reais sobre o Brasil para os Estados Unidos. Isso é muito forte, porque o impacto simbólico de um representante do Brasil ser barrado no país é significativo", completou.
O parlamentar ainda criticou as relações conturbadas do Judiciário brasileiro com empresas americanas. Recentemente, houve embates com o X, de Elon Musk, a Rumble, de Chris Pavlovski e até mesmo a plataforma de Trump, a Truth Social. Depois das provocações pessoais entre o ministro Alexandre de Moraes e Musk no ano passado, a Rumble e a Truth Social pediram liminares contra Moraes. As plataformas se posicionaram contra pedidos de censura de contas de usuários emitidos pelo ministro. "Isso é muito simbólico, e essas simbologias afetam a política no Brasil e podem alterar o rumo que tomaremos nos próximos anos", destacou. Lima ressaltou que, independentemente de quem esteja no poder, "seja Biden ou Trump", os americanos priorizam a defesa de valores como a liberdade e o capitalismo. Um embate com os Estados Unidos, portanto, de acordo com ele, pode definir um novo posicionamento geopolítico do Brasil.
Críticas ao STF e ao "silenciamento" do Congresso
O deputado não escondeu sua preocupação com a crescente politização da Suprema Corte e sua influência nas decisões jurídicas. "Infelizmente, o STF tem se comportado de forma partidária. A Justiça no Brasil, no momento, tem sido feita de acordo com interesses pessoais e não com base no que é realmente justo", analisou Lima. Para ele, um dos principais problemas do sistema judicial brasileiro é que a Suprema Corte se tornou uma peça política, ao invés de ser um órgão imparcial. "O Supremo deveria ser composto por juízes de carreira, com mandato de no máximo oito anos. Isso garantiria mais equilíbrio nas decisões", completou.
Além disso, Lima pontuou que a politização da Justiça afeta diretamente a confiança da população nas instituições brasileiras. Ele citou o exemplo do deputado Daniel Silveira, que ainda está preso, e como o Congresso Nacional se tornou palco de disputas políticas sobre questões judiciais. "A prisão do Daniel Silveira foi um reflexo de um momento de inflexão no Congresso. A situação está tão politizada que, hoje, os deputados têm medo de se posicionar livremente", disse.
De olho em 2026
Em relação às perspectivas políticas para o futuro, Lima acredita que a direita tem grandes chances de reverter o cenário nas eleições de 2026. Ele destacou que o Partido Liberal (PL) é o maior na Câmara dos Deputados, com mais de 90 cadeiras. O congressista também chamou a atenção para a rejeição ao governo atual, em crescimento em diversos estados.
"O PL está forte, e a rejeição ao lulopetismo é cada vez mais evidente. Acredito que teremos uma renovação no Senado e, possivelmente, um novo presidente de direita em 2026", afirmou Lima. Para ele, a candidatura de um representante conservador é fundamental para o desenvolvimento do país e a recuperação dos rumos da política nacional.
Com a possível ascensão da direita nas próximas eleições, Luiz Lima evidenciou que a prioridade deve ser a recuperação da economia e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Ele criticou a atual administração, apontando falhas em áreas como a segurança pública e a gestão econômica, especialmente em relação à previdência e à inflação. "Após a ascensão de Lula ao poder, o Brasil parou. O país está estagnado e, se não houver uma mudança significativa nas próximas eleições, vamos continuar nessa trajetória de declínio", avaliou o deputado.
Lima ainda se posicionou como o "deputado pelo estado do Rio de Janeiro que mais vota contra Lula" e elogiou Jair Bolsonaro. O parlamentar disse que o ex-presidente o transformou de professor de Educação Física a "um dos deputados com maior votação do Rio de Janeiro". "Só ele mesmo para fazer esse milagre da democracia", concluiu.





