Em abril, o Public e a Gazeta do Povo publicaram os Twitter Files Brasil, que revelaram exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) para que jornalistas independentes e legisladores, incluindo o deputado liberal de 38 anos Marcel Van Hattem, fossem banidos não apenas do Twitter, hoje X, mas de todas as plataformas de redes sociais.
O ministro do STF Alexandre de Moraes, o mesmo que baniu temporariamente o X e congelou as contas da Starlink, presidia o Tribunal Superior Eleitoral quando a instituição acusou Van Hattem de espalhar desinformação eleitoral. No entanto, o vídeo em questão não tinha nada a ver com as eleições e havia sido postado no Instagram, e não no X.
Desde então, nenhum membro do Congresso brasileiro fez mais para expor a censura do STF e denunciar a corrupção no governo do presidente Lula do que Van Hattem.
A censura contra Van Hattem e suas denúncias de corrupção o tornaram famoso em todo o país. Ele se tornou um rosto proeminente e popular do movimento pela liberdade de expressão no Brasil.
A angústia de filhos dos presos do 8 de janeiro
Preso sem denúncia do Ministério Público (MP) por 18 meses, o ex-policial militar Marco Alexandre Machado de Araújo não acompanhou a gravidez da esposa, o nascimento da filha Lyz e nem os primeiros sorrisos, sons ou brincadeiras da pequena. “Nossa filha já fez nove meses e só viu o pai duas vezes até hoje, na prisão”, relata a mineira Juliane, que cria a bebê sozinha desde que o companheiro foi preso após os atos do 8/1.
“Como ele não quebrou nada e só ajudou pessoas naquele dia, o Marco tinha certeza de que seria liberado e foi apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal (PF) depois de o procurarem aqui em casa”, conta Juliane, informando que o ex-policial nunca voltou à residência em Uberlândia (MG).
“Segue preso há um ano e meio, sem denúncia do Ministério Público, sem ação penal e sem qualquer perspectiva de liberdade”, lamenta, ao afirmar que a filha do casal está crescendo rapidamente e precisa da presença do pai.
Assim como a pequena Lyz, os irmãos Francisco, Maria, Ana, Emílio, José e Paulo também estão sem a figura paterna desde que o empresário Ezequiel Ferreira Luis foi condenado a 14 anos de prisão por participar do 8 de janeiro.
Nunes cancela participação em debate
O candidato à reeleição para a prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), cancelou a participação no debate eleitoral marcado para a manhã de quinta-feira (17) e mais dois nesta sexta (18). Nunes divulgou que precisaria comparecer a uma reunião de crise no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, convocada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para tratar do novo episódio da falta de luz enfrentada pela capital e região.
De acordo com as regras assinadas pelas campanhas de Nunes e de Guilherme Boulos (Psol), previamente, em caso de falta de um dos candidatos, o outro seria sabatinado. “Desde a tempestade de sexta-feira (11), diversos compromissos de campanha foram cancelados, priorizando as urgências da Prefeitura. Outros eventos eleitorais podem ser suspensos devido à previsão de novas chuvas nesta sexta-feira", informou a campanha do candidato à reeleição.
Nas redes sociais, Guilherme Boulos criticou o prefeito. “Nunes não tem coragem de debater sua responsabilidade pelos problemas de São Paulo”, escreveu no Instagram.
Manifesto denuncia o identitarismo e a censura na cultura brasileira
Os cineastas Josias Teófilo e Newton Cannito divulgaram uma declaração contra o identitarismo na cultura brasileira e a censura aos intelectuais que não compactuam com os ideais woke.
Segundo o texto, intitulado “Manifesto pela Liberdade de Criação Artística”, o país enfrenta uma escalada do autoritarismo, que se expressa nos “cancelamentos” e ataques à liberdade de expressão.
Os alvos dessa perseguição, eles afirmam, são artistas cujos trabalhos não bebem de conceitos importados como a apropriação cultural e a linguagem neutra. Estes criadores se veem impedidos de viabilizar projetos por meio de editais, pois os mecanismos de incentivo “usam abertamente critérios da ideologia woke”.
O documento ainda destaca o preconceito contra os cristãos e a vigilância rigorosa com relação aos humoristas. E chama a atenção para o abismo, cada vez maior, entre a classe artística e o público.
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