Interessado em assuntos internacionais, tendo sido cotado para a Embaixada dos Estados Unidos em 2019 e possível novo embaixador internacional do Partido Liberal, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou, em entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas, suas expectativas sobre o possível retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, destacando o impacto que isso poderia causar no Brasil. Segundo o deputado, o principal ponto positivo seria o fortalecimento da liderança global americana, enfraquecida, segundo ele, após a "saída desastrosa" do Afeganistão. “O mundo não respeita mais as forças armadas americanas”, afirmou. Ele mencionou os recentes conflitos envolvendo países como Coreia do Norte, Rússia, China, Israel e Venezuela como exemplos de uma liderança fragilizada.
Além disso, Eduardo Bolsonaro destacou que a volta de Trump traria um retorno a políticas de liberdade e combate à censura, citando um projeto da deputada Maria Elvira Salazar, que visa impedir a entrada de autoridades estrangeiras que violem a liberdade de expressão em solo americano. O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pode ser votado até o final do ano.
Analisando a relação entre o governo de Trump e a liberdade de expressão no Brasil, Eduardo Bolsonaro mencionou que Trump tende a ver a disputa entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Elon Musk como um problema de política de Estado. Para ele, a decisão de Moraes de bloquear ativos da Starlink extrapola os limites legais. O deputado destacou que Trump, se eleito, pode incluir Musk em seu governo, fortalecendo ainda mais essa agenda de combate à censura.
Questionado sobre o caso de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, o deputado explicou que a prisão, motivada por um documento supostamente falso apresentado nos EUA, teria sido injusta e seria corrigida sob o governo de Trump. Ele afirmou que senadores e deputados republicanos estão interessados em investigar quem foi o burocrata responsável pelas inserções supostamente falsas nos registros de entrada de Martins no país. Eduardo Bolsonaro destacou que há "fortes indícios" de cooperação entre autoridades americanas e brasileiras, mencionando a possível presença do delegado Fábio Shor nos EUA na época em que essas edições ocorreram.
O parlamentar também mencionou que a política econômica sob Trump estimularia a redução de impostos e taxas, tornando os EUA novamente atrativos para investimentos, inclusive de brasileiros. “Com o Lula e o 'Taxad' [em referência ao ministro Fernando Haddad] tributando tudo no Brasil, o brasileiro vê com bons olhos mercados mais conservadores”, comentou.
Na expectativa pelas eleições americanas, Eduardo Bolsonaro revelou que estará em Mar-a-Lago, a residência de Trump na Flórida, no dia 5 de novembro, para acompanhar a apuração das eleições americanas. Ele espera que, com a vitória de Trump, o "mundo livre respire novamente”.
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