Paulo Guedes, ex-ministro da Economia e fundador do Banco Pactual, foi um dos principais destaques do Finday 2024, um dos maiores eventos globais de educação financeira, realizado no último sábado (19), em São Paulo. Durante a participação, Guedes compartilhou sua trajetória no empreendedorismo e discutiu as mudanças no cenário de investimentos no Brasil. “Eu pensava que fosse ser um professor de economia”, afirmou ao ser questionado pelo empresário Thiago Nigro sobre seu início no setor financeiro.
Guedes relembrou que, nos anos 1980, foi "arrancado" da sala de aula para prestar consultoria a bancos e empresas em meio à hiperinflação e controles severos de preços e câmbio. “Era um Brasil em chamas”, disse ele, destacando a necessidade de os investidores se protegerem da inflação e dos choques cambiais com estratégias ativas de "trades". Ele argumentou que, na época, não era possível atuar como o investidor americano "Warren Buffett no Brasil", pois o mercado exigia uma postura mais agressiva e dinâmica para sobreviver às adversidades econômicas.
Segundo Guedes, o cenário atual mudou e agora o Brasil apresenta novas oportunidades para uma abordagem mais setorial e menos intensa em termos de trades, similar à filosofia de Peter Lynch. Famoso por defender estratégias de investir em empresas que os investidores conhecem bem, Lynch é citado como um exemplo de abordagem mais estratégica e focada no longo prazo.
Guedes também ressaltou a importância de democratizar o acesso dos brasileiros ao mercado de investimentos. Ele acredita que o grande desafio é educar a população sobre como poupar, diversificar e compreender o risco e o retorno de seus investimentos. "Há uma necessidade de um tutor, consultor, alguém que ensine o brasileiro a dar seus primeiros passos", pontuou.
O Finday 2024 reuniu grandes nomes do mercado financeiro e do empreendedorismo, como Thiago Nigro, Bruno Perini e Guilherme Benchimol. A coluna Entrelinhas acompanhou o evento, que ofereceu mais de 10 horas de conteúdo imersivo para aqueles que buscam alcançar a liberdade financeira nos próximos anos.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião