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O jornalista português Sérgio Tavares, autor do documentário “The Fake Judge – O falso juiz”, fala de Lisboa à coluna Entrelinhas sobre a expansão do narcotráfico brasileiro na Europa, a infiltração criminosa nas instituições, o avanço da imigração ilegal e o impacto político dessas crises em Portugal e no Brasil. Tavares diz que o país comandado por Lula “incentiva o crime” e relata que o Primeiro Comando da Capital (PCC) já atua abertamente na Europa, inclusive em território português.
Ele também comenta a repercussão do seu documentário que denuncia ações do ministro Alexandre de Moraes. Já exibido em salas de cinema na Europa e nos Estados Unidos, The Fake Judge finalmente ganhou data para ser disponibilizado no YouTube. No primeiro dia de novembro, o jornalista português Sérgio Tavares liberará em seu canal na plataforma o filme que roteirizou e dirigiu.
Entrelinhas: Qual é a sua leitura sobre a operação no Rio de Janeiro e como foram recebidas na Europa as notícias que envolvem o narcotráfico e o narcoterrorismo no Brasil?
Tavares: A informação que chega aqui vem, obviamente, transviada pela imprensa, que mostra as ações do governo Lula como se fossem positivas. Mas nós sabemos que é o oposto: trata-se de um governo que incentiva o crime, desmilitariza a polícia, descriminaliza as drogas, solta presos e temporários, e ainda faz discursos que incentivam o crime — como aquele em que Lula disse que era “só roubar um celular para tomar uma cervejinha”. Então, as notícias chegam distorcidas, mas as pessoas começam a perceber o que está acontecendo. Tenho recebido muitas mensagens de europeus perguntando: “Sérgio, o que se passa no Brasil? Está tudo um horror?” E eu explico que hoje o Brasil vive uma convivência perigosa entre governo e traficantes. Ministros como Flávio Dino têm contato direto com criminosos e visitam favelas. A confusão é grande, mas nós aqui tentamos alertar e mostrar a verdade também para o público europeu.
Entrelinhas: Sabemos que o crime organizado brasileiro já atua também na Europa. O que o senhor pode dizer sobre a presença dessas organizações em Portugal?
Tavares: Em Portugal, já há mais de mil elementos do PCC confirmados em relatórios da Polícia Judiciária. Desde que chegaram, aumentou a criminalidade violenta. O PCC está a recrutar outros criminosos nas prisões europeias, expandindo suas operações de tráfico e lavagem de dinheiro. Portugal, infelizmente, já está muito contaminado por essa estrutura — e isso me preocupa, especialmente porque o meu documentário expõe a ligação entre o poder judicial brasileiro e o PCC. Portugal é pequeno, menor que São Paulo, e as proporções aqui assustam.
Entrelinhas: E como o senhor vê a ofensiva do ex-presidente americano Donald Trump contra o narcotráfico, inclusive com ações militares no Caribe?
Tavares: É muito bem-vinda. Donald Trump está a fazer uma limpeza que já devia ter sido feita há muito tempo. Acredito que essa ofensiva vai atingir fortemente a Venezuela e, depois, o Brasil. As ligações entre membros do governo brasileiro, o poder judicial e o narcotráfico são mais do que evidentes — e eu mostro isso claramente no documentário.
Entrelinhas: O aumento da imigração e a presença de áreas onde já não é seguro circular em Portugal são fatores que têm influenciado o crescimento do partido Chega?
Tavares: Sim. O Chega cresce justamente por alertar para esse problema que está a consumir a Europa inteira. Dentro de 50 anos, a França terá uma maioria islâmica. É uma invasão silenciosa. Portugal está a ir pelo mesmo caminho. Nos últimos sete anos, a imigração quadruplicou — passamos de menos de 10% para mais de 20% da população. Nesse ritmo, os portugueses serão substituídos. O Chega, liderado por André Ventura, tem alertado para isso e proposto medidas, como a expulsão de imigrantes ilegais e a retirada de nacionalidade de quem comete crimes. Portugal já aboliu o uso da burca nas ruas. Se as eleições fossem hoje, o Chega seria governo e André Ventura seria primeiro-ministro. Ele já prometeu que, quando isso acontecer, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes serão impedidos de entrar em Portugal.
Entrelinhas: Ventura também concorrerá à presidência da República. Essa pauta migratória será determinante na eleição?
Tavares: Sim, sem dúvida. É uma pauta central. Há cidades onde os portugueses já são minoria. Em Braga, por exemplo, de cada dez habitantes, apenas quatro são portugueses. As pessoas sentem-se estrangeiras no próprio país. E há muitos casos de insegurança e violações. Ventura não queria ser candidato presidencial, mas avançou porque o partido não encontrou outro nome capaz de enfrentar os globalistas que dominam o sistema. Ele quer marcar presença, participar dos debates e continuar a dar visibilidade à causa. O Chega saiu de um único deputado em 2019 para se tornar hoje a principal força de oposição — e se as eleições fossem hoje, governaria o país.
"O Falso Juiz"
Entrelinhas: Agora falando sobre o documentário “Fake Judge – O falso juiz”, que terá estreia mundial gratuita no YouTube no próximo sábado. Qual tem sido a repercussão até agora?
Tavares: O grande dia chegou. Recebi, ao longo dos últimos meses, milhares de mensagens do povo brasileiro pedindo para ver o documentário. Mas foi uma estratégia: antes de chegar ao YouTube, ele passou pelos principais cinemas dos Estados Unidos e da Europa, para espalhar a mensagem e expor o que está acontecendo.
Alexandre de Moraes ficou impotente, sem poder censurar, enquanto o documentário rodava nas maiores salas do mundo — Orlando, Nova Iorque, Frankfurt, Madri, Lisboa, Londres… E agora é a vez do povo brasileiro assistir.
Entrelinhas: E como tem sido a reação do público europeu que assiste ao documentário?
Tavares: De espanto total. O nível de ignorância é enorme. Entrevistados meusficaram aterrorizados depois de ver o filme. Muitos saíram em lágrimas, especialmente pelas cenas sobre os presos de 8 de janeiro e os refugiados na Argentina. O eurodeputado António Tanger Correia disse que já sabia que as coisas eram graves, mas não imaginava a dimensão da conspiração e dos crimes contra a humanidade cometidos no Brasil. É um documentário que deixa qualquer um de queixo caído.
Aqui na Europa, 99% das pessoas não sabem quem é Alexandre de Moraes, nem os crimes que ele comete contra a humanidade. Fiz questão de levar o filme a políticos locais: estive com membros do AfD, do Vox, do Chega, eurodeputados e candidatos à presidência. Eles ficaram chocados.





