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Flavio Quintela

Flavio Quintela

Tragédia em Uvalde

Como se não bastasse

O democrata Beto O"Rourke (de camisa clara, apontando o dedo) interrompe coletiva do governador do Texas e do prefeito de Uvalde, após ataque em escola da cidade texana. (Foto: Aaron M. Sprecher/EFE/EPA)

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Como se não bastasse o estado de coisas em que vivemos na atualidade – guerra, inflação, instabilidade política, medo de novas epidemias, previsões de escassez de comida etc. –, tivemos de assistir a uma tragédia mais que terrível, um ato demoníaco que destruiu a vida não somente de crianças inocentes, mas também de seus familiares, que jamais se recuperarão dessa perda inconcebível. Como pai apaixonado que sou pelos meus filhos, ambos na mesma faixa etária dos anjinhos que foram brutalmente assassinados no Texas, meu coração ficou despedaçado ao saber do ocorrido. Não consigo parar de pensar nisso. Cada vez que olho para as minhas crianças, penso em como aqueles pais devem estar se sentindo, a dor lancinante que devem estar experimentando, o desespero e a tristeza profunda que devem estar enfrentando. Não consigo pensar em nada sequer parecido que eu tenha passado e que possa me ajudar a me colocar no lugar deles. Não creio que exista dor maior.

Como se não bastasse a polícia ter sido covarde e ineficiente na tragédia de Parkland, mais de quatro anos atrás, ela o foi novamente na tragédia de Uvalde. Relatos e vídeos mostram policiais do lado de fora da escola, impedindo a passagem de pais desesperados, enquanto o atirador fazia sua obra demoníaca sem ninguém para detê-lo. Parece que não aprenderam nada com Parkland. Onde estão os heróis? Para que esses policiais andam armados se não têm coragem ou iniciativa de agir contra o mal? Que tipo de policial fica inerte, esperando que alguém da escola encontre a chave que abrirá a sala onde o assassino se encontrava, em vez de fazer o possível e o impossível para neutralizar o criminoso?

Barack Obama resolveu pisar nos cadáveres de quase duas dezenas de criancinhas para promover sua noção deturpada de justiça social

Como se não bastasse toda a dor, todo o sofrimento, toda a comoção, todo o sangue derramado, todos os corações despedaçados, o candidato democrata ao governo do Texas, Beto O’Rourke, resolveu ser insensível e oportunista. Durante a sessão terrivelmente triste em que o prefeito de Uvalde e o governador do Texas falavam sobre a tragédia, tentando de alguma maneira entregar uma resposta do governo ao ocorrido, O’Rourke achou que seria apropriado se levantar e confrontar tanto o prefeito quanto o governador, culpando-os pela maldade de outrem. Todos sabemos que não existem palavras de consolo em tragédias como essa. Nada do que se diga pode diminuir, nem infinitesimalmente, o sofrimento dos que perderam seus queridos. Não obstante, é tarefa dos governantes se pronunciarem nesses momentos; é um ônus que carregam, inerente à posição que ocupam. Já o democrata Beto O’Rourke não tinha obrigação nenhuma de fazer isso, mas optou por deixar a empatia de lado e agir com a repugnância de um psicopata, usando a tragédia para tentar catapultar sua candidatura.

Como se não bastasse a repugnância de O’Rourke, o ex-presidente Barack Obama resolveu ser pior. Resolveu pisar nos cadáveres de quase duas dezenas de criancinhas para promover sua noção deturpada de justiça social. Obama achou que seria uma ótima ideia se aproveitar de um momento terrível como esse para requentar o caso de George Floyd. Que tipo de ser humano consegue elaborar algo tão vil? Não sendo pai de nenhuma das crianças mortas, me revoltei com o tuíte do democrata sem noção, sem moral, sem compaixão e sem coração. Imagino o que sentiram os pais das vítimas. Disse ele: “Ao prantearmos as crianças de Uvalde, hoje, deveríamos separar um tempo para reconhecer que já se passaram dois anos desde a morte de George Floyd sob o joelho de um policial. Sua morte permanece conosco até o dia de hoje, especialmente com aqueles que o amavam”. Inacreditável? Não. Nenhuma vileza é impensável para políticos como Obama, incapazes de se colocar no lugar de qualquer pessoa. Esses psicopatas no poder são, como diz Andrew Lobaczewski, o maior mal ao qual uma sociedade pode ser submetida, algo tão terrível que deveria ser evitado a todo custo. Infelizmente, o que vemos é exatamente o contrário.

Como se não bastasse a morte, veio a destruição da pureza. Como se não bastasse a maldade, veio o extrato da vileza. Como se não bastasse a dor, veio a ferida incurável. E já não há mais palavras no meu teclado. Joelhos no chão por esses pais, é só o que me restou.

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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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