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J.R. Guzzo

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Aberração

A única solução para a Secretaria de Cultura é sua extinção

Exoneração de Regina Duarte da secretaria da Cultura levou quase 20 dias para ser publicada em Diário Oficial
Exoneração de Regina Duarte da secretaria da Cultura levou quase 20 dias para ser publicada em Diário Oficial (Foto: Carolina Antunes/PR)

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Consumou-se, enfim, a demissão da atriz Regina Duarte do cargo que ocupava como ministra da Cultura, ou “secretária”, como se diz para disfarçar a existência de um Ministério que tem toda despesa e toda a malignidade de um Ministério, mas que oficialmente não existe. Regina não exerce as suas funções desde o último dia 20, mas só foi exonerada agora, vinte dias depois – o que serve para dar uma ideia da importância e do respeito que o cargo merece.

Se não fosse pelo fato de que é o cidadão brasileira quem paga essa conta, seria o caso e dizer para a atriz e para o presidente Jair Bolsonaro, que a nomeou: “Bem feito”. É só mesmo num final melancólico como esse que poderia acabar mais uma tentativa de “resolver” o problema do “Ministério da Cultura”.

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A única solução possível para a Secretaria da Cultura, uma aberração inventada pelo ex-presidente José Sarney e subordinada hoje – acredite se quiser – ao Ministério do Turismo, é a sua extinção. Quer dizer: extinção mesmo, e não essa palhaçada de extinguir no papel e deixar viva na vida real, com outro nome.

Bolsonaro disse que ia fazer isso. Não fez. Como em outras tentativas, alegou que “não é possível”. O resultado, entre outros desastres, é que já teve quatro secretários de Cultura diferentes em um ano e meio de governo; está indo, agora, para o quinto nome. Como alguém pode levar a sério um negócio desses?

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A ideia de querer “governar” a cultura de um país ou melhorar o seu nível cultural através de atos administrativos não apenas é uma estupidez – é uma safadeza. Só serve, na prática, para encher a folha de pagamento do governo com empregos inúteis e distribuir dinheiro público para artistas amigos.

O verdadeiro patrimônio cultural da União, composto por museus, bibliotecas, teatros, monumentos históricos e assim por diante, jamais se beneficiou em nada com esse Ministério – continuou abandonado e sem recursos como sempre. Bolsonaro pode nomear mais quatro secretários para a “cultura”, ou quarenta. Não vai mudar nada.

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