O projeto mais ambicioso do governo Lula – além, é claro, da utilização permanente da máquina pública para atender os interesses privados das castas que se penduram nele – é construir um Brasil sem povo. O assalto permanente ao Erário, por meios formalmente legais, ou por outros meios, é traço genético do PT e da esquerda nacional. Não sabem, simplesmente, viver de outro jeito.
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É por isso, e só por isso, que não param de exigir um “Estado Forte” e de cofre cada vez mais cheio. Já a ideia de criar um Brasil só para quem manda, e com uma população destinada unicamente a trabalhar para o sustento, conforto e prosperidade do ecossistema estatal, é coisa da atual encarnação de Lula.
Na comemoração este ano foi tudo maravilhosamente “democrático”, segundo a propaganda oficial. Em compensação, não havia povo.
A demonstração mais recente deste “projeto de país”, como eles dizem, foi o desfile do Sete de Setembro em Brasília. No ano passado, a Esplanada dos Ministérios recebeu possivelmente a maior concentração de povo em toda a sua história. O governo não teve nada a ver com isso; a manifestação foi espontânea.
Nas capitais e outras cidades multidões também foram à rua, de verde amarelo e por sua livre e espontânea. Foi tanta gente, na verdade, que o consórcio Lula-TSE proibiu que as imagens fossem mostradas no programa eleitoral do ex-presidente; eram, segundo essa decisão, um “ato antidemocrático”. A maioria da mídia escondeu o que tinha acontecido. O ministro Luís Roberto Barroso disse que as multidões presentes na praça pública serviam para medir “o tamanho do fascismo no Brasil”. Na comemoração este ano foi tudo maravilhosamente “democrático”, segundo a propaganda oficial. Em compensação, não havia povo.
De mais a mais, quem está disposto a colocar camiseta amarela e sair à rua com a bandeira do Brasil?
Para Lula, o PT e seu sistema esse é o Brasil ideal. No palanque das autoridades, no desfile de Brasília, se amontoaram 250 autoridades. Havia general, almirante e brigadeiro. O verde e amarelo das cores nacionais, que hoje é equiparado pela associação Lula-STF aos símbolos do fascismo, foi escanteado em favor do vermelho. Para compensar as duas ministras que já foram demitidas nestes primeiros oito meses de governo, os gerentes de marketing do Planalto fizeram Lula aparecer espremido no meio de uma penca de mulheres.
Povo, que é bom, não havia – nada remotamente comparável ao oceano de gente que estava no mesmo lugar no ano passado. Desta vez, ao contrário, as pessoas tiveram de se cadastrar previamente na internet e mostrar QR Code para ir ao desfile. Tiveram de passar por barreiras de ferro, detector de metais e revistas de mochilas e de bolsas. Foram fichadas pelo GSI. E nas outras cidades? A população não apareceu.
Foi uma manifestação em que só houve, mesmo, a presença do Estado. Funcionários do governo federal foram pressionados a comparecer. O Banco do Brasil distribuiu bonés. A mídia não anunciou casos de mortadela, mas tudo ficou uma cópia de um desses eventos do PT em ambiente controlado; havia militares, mas apenas como elemento de exibição para a plateia. De mais a mais, quem está disposto a colocar camiseta amarela e sair à rua com a bandeira do Brasil?
A Polícia Federal do ministro Dino pode aparecer na sua casa às 6 horas da manhã. O STF pode enfiar você no inquérito perpétuo contra os “atos antidemocráticos”. É mais prudente ficar com a segurança de uma camisa vermelha. É a cor que a mulher do presidente usa na data da independência nacional. É a cor que ficou obrigatória nas peças de propaganda o governo Lula. É a cor de um Brasil feito só de autoridades.
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